Produção da erva-mate vai ganhar roteiros turísticos no RS

Produção da erva-mate vai ganhar roteiros turísticos no RS

Mobilização iniciou na cidade de Machadinho, no Nordeste do Estado

Carolina Pastl (estagiária sob supervisão de Danton Júnior)

Mobilização iniciou na cidade de Machadinho, no Nordeste do Estado

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A Emater/Ascar-RS, entidades da cadeia produtiva, turismólogos e associações de produtores e de municípios farão estudos neste ano para estabelecer Rotas da Erva-Mate nos cinco polos produtores da folha no Rio Grande do Sul. A mobilização começou por Machadinho, no Nordeste, em dezembro, e vai prosseguir no Alto Uruguai, Planalto, Missões e Alto Taquari/Vale do Taquari.

A meta é estabelecer os roteiros turísticos que serão usados para divulgar o produto. Os levantamentos deverão fazer um inventário da rota turística, organizar e montar os roteiros e, ainda, confirmar a viabilidade técnica de cada atrativo. Depois de identificadas as características de cada um dos cinco polos, também será analisada a integração de todos, já que são complementares uns aos outros.

O projeto turístico faz parte do Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-Mate da Emater. “A ideia é valorizar os aspectos culturais, sociais, ambientais, econômicos, históricos e gastronômicos da bebida que faz parte do dia a dia do gaúcho”, esclarece o agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, coordenador-técnico do Programa, referindo-se ao chimarrão.

Quando em operação, os roteiros terão o objetivo de atrair tanto os gaúchos como pessoas de fora do estado e de fora do país. “Esperamos receber, principalmente, os uruguaios, já que eles consomem muita erva-mate”, ressalta Melo. “Mas também outras nacionalidades serão bem-vindas, já que a planta é um produto típico e está ganhando espaço internacional no mercado de bebidas”, complementa. Apesar de o projeto não estar finalizado, alguns municípios já promovem ações turísticas, como é o caso de Venâncio Aires, com a “Rota do Chimarrão”, e de Palmeira das Missões, com os “Caminhos da Erva-Mate”, que serão incluídas na Rota.

O Brasil exporta 35 mil toneladas de erva-mate por ano, para 33 países. Só no Rio Grande do Sul há 14 mil propriedades produtoras da planta, conforme dados do Fundomate. Por isso, Melo é otimista: “A erva-mate pode contribuir com o turismo e este também pode acrescentar ao produto, valorizando-o”, sustenta o agrônomo. O vice-presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Clairton da Fonseca, lembra que houve desvalorização do preço da erva-mate a partir de 2013 e acredita que o projeto ajudará a aumentar a demanda. “O próprio roteiro é um mecanismo de divulgação, consolidação e valorização do chimarrão”, afirma.


Correio do Povo
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