Produtores já plantaram 75% da lavoura de trigo

Produtores já plantaram 75% da lavoura de trigo

Dias ensolarados da semana passada facilitaram a semeadura de uma safra que gera boas expectativas em todo o Rio Grande do Sul

Correio do Povo

Cultivo está começando e deve se estender por 930 mil hectares no Estado

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O plantio do trigo no Rio Grande do Sul se aproxima de 75% da área de 930 mil hectares estimada pela Emater para a cultura nesta safra, a maior desde 2014. Na semana passada, as boas condições climáticas, com tempo quente e seco, propiciaram o avanço da semeadura na maioria das regiões produtoras, que privilegiam a janela ideal de plantio, do final de maio até a primeira quinzena de julho.

O gerente de planejamento da Emater, Ronaldo Carbonari, explica que somente nos municípios da região dos Campos de Cima da Serra, que tradicionalmente plantam variedades tardias do trigo, é que a implantação das lavouras ainda não começou. No ano passado, no mesmo período, a semeadura do trigo estava em 68% da área de 760 mil hectares destinada à cultura no Estado.

Carbonari observa que as plantas em estado de germinação estão se desenvolvendo em boas condições e que a produtividade média de 2,3 toneladas por hectare (projeção preliminar feita com base nas últimas 10 safras) dependerá do comportamento climático para se confirmar.

“Os produtores fizeram bons investimentos e até o momento não surgiram pragas que podem advir da umidade, como o pulgão, mas os resultados dependem muito ainda de fatores como a chuva na medida certa e a não ocorrência de geadas em setembro, antes do início da colheita”, ressalta.

O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, acredita que as lavouras possam chegar à produtividade de 3,6 toneladas por hectare, acima inclusive das 3 toneladas obtidas no ano passado. “O produtor se preparou para isso”, aponta.

O presidente da Comissão de Trigo da Farsul e da Câmara Setorial do Trigo no Ministério da Agricultura, Hamilton Jardim, afirma que o produtor vem perseguindo a qualidade do grão há várias safras, mas que nesta há um otimismo maior em relação à rentabilidade da cultura devido aos bons preços. Pontua, ainda, que a área de trigo só não será maior dada a dificuldade que os agricultores tiveram para obter sementes. “O ano de 2019 foi difícil para a produção de sementes e, neste ano, todo o estoque disponível foi comprado”, observa. O dirigente ressalta que a saca do trigo cotada acima dos R$ 50,00 é um estímulo para o produtor.


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