Proibição do Paraquate é criticada pelos produtores
Entidades ligadas ao agronegócio entendem que haverá alta nos custos enquanto ambientalistas, contrários ao uso, saúdam a decisão da Anvisa
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A confirmação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da proibição à comercialização e o uso do princípio ativo Paraquate no Brasil, a partir do próximo dia 22, desagradou entidades ligadas à produção, como a Farsul e a Aprosoja, e foi saudada pelo Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos. Pela decisão, as empresas com registro de herbicidas cuja base seja o ingrediente têm 30 dias para recolher estoques no comércio e em posse de agricultores, a contar da próxima terça-feira.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Farsul, Domingos Antônio Lopes Velho, avalia que o parecer da autarquia é decepcionante e cede às pressões políticas e ideológicas que contrariam a ciência. “Mesmo com novos estudos que comprovam o baixo risco do Paraquate, a Anvisa cedeu e isso vai representar prejuízo imenso ao produtor, que perderá competitividade em relação a outros países”, previu.
ALTERNATIVAS - Na mesma linha, o presidente da Aprosoja, Décio Teixeira, afirma que a proibição encarecerá os custos da atividade rural e prejudicará o manejo da lavoura. “Existem alternativas ao Paraquate, como o Glifosato e o Glufosinato, mas são mais caras e têm ação mais lenta”, compara.
Já o agrônomo e ambientalista Leonardo Melgarejo, membro do Fórum Gaúcho de Combate ao Impacto dos Agrotóxicos, entende que a eliminação do Paraquate no Brasil recupera a credibilidade da Anvisa, que botou o Brasil na lista de mais de 50 países que identificam o herbicida como extremamente danoso à saúde das pessoas. Melgarejo refuta o argumento de que a retirada do princípio ativo vai encarecer os plantios.
O parecer da Anvisa ainda pode ser revisto se surgirem novas evidências científicas ou alterações nas leis a partir de projetos do Congresso Nacional.