Quilo do suíno vivo alcança recorde com alta de 74,1%, cotado a R$ 5,38

Quilo do suíno vivo alcança recorde com alta de 74,1%, cotado a R$ 5,38

Demanda externa e doméstica ajudou produtores, mas pesou no bolso do consumidor

Carolina Pastl - estagiária sob supervisão de Danton Júnior

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A cotação do suíno registrou elevação de 74,1% em 2019, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) da USP. No início de janeiro, o valor era de R$ 3,09 o quilo no Rio Grande do Sul. Na última semana, o índice chegou a R$ 5,38. Os valores observados ao longo do ano levaram a recordes nominais da série histórica.

Entre os motivos do preço alto, há a forte demanda externa e doméstica, que impulsionou as cotações dos produtos suinícolas. Casos de Peste Suína Africana (PSA) registrados na Ásia, por exemplo, reduziram a oferta mundial da proteína, elevando a procura pela carne brasileira. Apesar de os consumidores sentirem esse aumento no bolso, para os produtores 2019 representou um alívio às contas. “Como o mercado foi bastante comprador, o produtor ganhou um pouco mais. Essa quantia serviu para equilibrar as contas de 2018”, esclarece o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.

O preço da principal concorrente, a carne bovina, também contribuiu para esse aumento, já que muitos gaúchos migraram para outras fontes de proteína com valores mais competitivos. “Como o ano foi movimentado pelas exportações, houve redução de oferta ao mercado interno”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), José Roberto Goulart.

Para 2020, a previsão é de preços em outro patamar. “Deve haver um aumento no valor da carne em função do custo do milho, que será mais alto”, entende o presidente da Acsurs. De qualquer forma, “a expectativa é de que o mercado se mantenha demandado, principalmente em razão das exportações. O ano será bom para os produtores”, reflete o presidente do Sips.


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