Setor de biodiesel defende política de estoque de soja
Aprobio pede que governo federal cumpra cronograma de adoção de mistura ao diesel fóssil
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Obrigados por lei a utilizar somente soja nacional na fabricação do biodiesel, os produtores do biocombustível pleiteiam junto ao Ministério da Agricultura a criação de uma política de estoque mínimo do grão. Para o setor, o pedido ganhou ainda mais sentido neste ano, quando o Brasil colheu um volume recorde e, mesmo assim, há escassez da matéria-prima no mercado interno.
“Defendemos a formação de estoques estratégicos e criação de políticas que retomem a agroindustrialização”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustível do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella. A oferta restrita do grão no país levou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a decidir pela redução da mistura do biodiesel ao diesel fóssil de 12% para 11% no bimestre de novembro e dezembro deste ano. Battistella comenta que o setor entendeu que a diminuição da mistura foi a “alternativa correta a adotar” no momento. Porém, defende que o governo cumpra o cronograma de adoção dos 12% de mistura em janeiro e fevereiro e dos 13% a partir de março de 2021. Sobre a retirada da tarifa de importação da soja, o dirigente acredita que a entrada de mais soja no país pode ajudar a conter os preços.
Segundo a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), a produção de biodiesel vai demandar até o final do ano cerca de 4 milhões de toneladas de óleo de soja, sendo necessárias 20 milhões de toneladas do grão. O Mapa informou que não tem planos de compor estoque de soja e que a formação desses volumes somente acontece como resultado das operações da Política de Garantia de Preços Mínimos.