Prefeitura lançará edital para a Pinacoteca Ruben Berta e Atelier Livre

Prefeitura lançará edital para a Pinacoteca Ruben Berta e Atelier Livre

Organização da Sociedade Civil que assumir estabelecimentos terá como meta aumentar o horário de visitação

Luiz Gonzaga Lopes

Novos gestores da Pinacoteca terão até 5 anos para cumprir metas como maior horário de visitação e do número de visitantes

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A polêmica em torno da contratualização da Cinemateca Capitólio, que se assemelha a ondas revoltas no mar, chega um pouco mais marola, quando o assunto são as Artes Visuais. Pois o edital que vai selecionar uma Organização da Sociedade Civil que assumirá a Pinacoteca Ruben Berta e os cursos extras do Atelier Livre Xico Stockinger será lançado nesta quinta, dia 6, pela Secretaria Municipal de Cultura. “A modelagem do edital foi bem trabalhada pela Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas e a nossa Coordenadora de Artes Plásticas, Adriana Boff, e creio, que neste caso, vai contentar a todos”, afirma o secretário de Cultura Luciano Alabarse. 

A Pinacoteca fica situada no casarão de 1893, tombado pela SMC desde 2012, localizado na avenida Duque de Caxias, 973. Atualmente, a Pinacoteca tem um acervo fechado de 125 obras, é aberta à visitação de segunda a sexta, das 10h às 12h e das 13h às 18h, com uma média de quatro exposições e 12 mil visitantes ao ano. Conforme a coordenador de Artes Plásticas e diretora da Pinacoteca, Adriana Boff, entre as metas mínimas exigidas à OSC em relação à Pinacoteca, estão a do aumento dos horários de visitação de 35 horas para 46 horas semanais, com abertura aos finais de semana. “Estamos prevendo também um horário expandido à noite nos dias de semana”, afirma. Segundo a coordenadora, que trabalhou em conjunto com a Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas na modelagem, pelo edital a média de exposições deve se manter em quatro ou cinco e a meta é da ampliação do número de visitantes para 15 mil no ano 1.

No corte para o Atelier Livre, Adriana lembra que o local com quase seis décadas de história, localizado no Centro Municipal de Cultura, está com o número de cursos e instrutores diminuindo a cada ano. “Atualmente são seis professores, dos quais dois estão para se aposentar. O que o edital prevê é a contratação de instrutores para os cursos extras, que passariam dos atuais 30 ao ano para 65 até o ano cinco da parceria com a OSC. Um detalhe é que os cursos serão ministrados no Atelier Livre, mas também há a exigência de cursos em áreas de vulnerabilidade social e em polos de cultura e inovação”, revela Adriana. 

O secretário adjunto de Parcerias Estratégicas Fernando Pimentel destaca que o valor do repasse anual será de R$ 1,3 milhão, com repasses trimestrais de valores no primeiro ano e semestrais do ano 2 ao 5. “O edital todo foi construído para que o nível de serviço aumente e haja uma economicidade nos equipamentos. Veja o exemplo do Atelier Livre. O pico de cursos mais recente, contando os ministrados pelos professores concursados e os contratados para extras foi de 88 cursos em 2015. Com o edital, esta meta será batida no terceiro ano, chegando a 101 cursos oferecidos até o ano 5, em 2024”, indica Pimentel. 

O representante da SMPE lembra que um legado interessante será a criação de um regramento, um manual para manutenção e conservação de acervo, mesmo expediente já adotado no edital da Cinemateca Capitólio. “Uma questão já levantada na Cinemateca é a do pessoal. Os atuais funcionários da Pinacoteca serão realocados e ficarão como gerentes do projeto, fiscalizando a parceria. Ao todo, são oito cargos exigidos pelo edital, alguns essenciais como museólogo, coordenador de acervo e coordenador educativo”, frisa. 

Adriana Boff lembra que haverá uma absorção pequena, mas importante, das dezenas de profissionais lançados no mercado por cursos de curadoria e de arte e que tem poucas oportunidades no Rio Grande do Sul. “Na Pinacoteca, a meta exigida é a ampliação de programas interdisciplinares como o Clássicos na Pinacoteca”, observa Adriana, lembrando que participação na Noite dos Museus, em maio, entrega do Açorianos de Artes Plásticas e Festival de Arte estão garantidas. 

Quanto ao Atelier, alguns professores foram procurados e não retornaram o contato. O ex-diretor Cláudio Ely respondeu por Whatsapp que estava em viagem, mas que lamentava muito o caminho que está tomando o Atelier Livre. 


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