Botos encantam veranistas no Litoral Norte

Botos encantam veranistas no Litoral Norte

Animais ajudam pescadores a capturar tainhas, prato típico de Tramandaí

Eduardo Amaral

Movimento dos botos atrás do alimento acaba mostrando aos pescadores o caminho dos peixes, especialmente das tainhas

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Assistir aos botos que nadam na barra de Tramandaí, divisa com Imbé, pode ser uma das atrações para os turistas do litoral Norte. Os animais circulam pelo local em busca de alimento, e acabam ajudando os pescadores. Quem fica na posição de observador pode conseguir presenciar uma cena inusitada. A cada vez que um boto sobe à superfície para tomar ar, os pescadores jogam as redes.

Isso acontece porque como os animais estão se alimentando, o movimento acaba mostrando aos pescadores o caminho dos peixes, especialmente das tainhas, prato típico de Tramandaí. Faz-se assim a pesca colaborativa, onde o boto e os pescadores acabam trabalhando juntos. E dessa forma se criou um ciclo, a cada respirada do boto, uma sequência de tarrafas encontra as águas em busca de peixes.

A imagem era vista com atenção por Rafael Salate, 29. Acompanhado do filho João Otávio Pinto, 9, da mulher, Taila Pinto, 37 e da sogra, Terezinha Pinto, 64, ele explicava com detalhes o que estava acontecendo. “Agora eles vão atirar as tarrafas como loucos”, explicava ele, enquanto apontava os pescadores que se encontravam no lado oposto. Natural de Tapes, Salate já conhecia o procedimento de pesca utilizado em Imbé, a novidade era para os demais que o acompanhavam. O mais surpreso era João Otávio, que mal falava depois de ter visto pela primeira vez o boto.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895