Casa do Artesanato reabre em Mariluz

Casa do Artesanato reabre em Mariluz

Local estava fechado devido à pandemia

Christian Bueller

Trabalhos com conchas atraem atenção dos veranistas.

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Com as suas mãos, transformam o significado de um objeto que passa a ter outro nome e funcionalidade. A palavra "artesão" contém "arte" em suas sílabas e não é à toa. Em Mariluz, um dos balneários que compõem a orla marítima de Imbé, a Casa do Artesanato dá espaço para os profissionais mostrarem seus trabalhos. Depois de um hiato provocado pela pandemia, o local reabriu dia 18 de dezembro para receber os visitantes. 

 A Associação de Artesanato de Mariluz (Artiluz) foi declarada entidade de utililidade pública em outubro deste ano. "Temos quase 20 anos de atuação", contou a atual presidente da entidade, Tajaina Santos. Tendo no feltro e no EVA as suas especialidades, Tajaina lembra dos tempos de escola para conceber os seus produtos. "Quando eu era pequena, as professoras ensinavam a fazer, então fui aprimorando", diz a artesã, que trabalha há sete anos na área. Por causa da pandemia, a Casa fechou durante o ano, mas a expectativa agora é seguir expondo até março.

Os artesãos de Mariluz ainda costumam participar de feiras pelo Estado, o que também não aconteceu em virtude da Covid-19. Rosane Mello sentiu muito o baque. "Nem pude receber o auxílio emergencial, foi difícil", lembra Rose, como é conhecida. Há mais de quinze anos, utiliza porongos de vários tamanhos para fazer sua arte. Girafas, galinhas, zebras pinguins e flamingos surgem do seu trabalho que, além do sustento, trouxe um alívio físico. "Eu fazia tricô e crochê, mas o médico me proibiu por causa da tendinite. Fui para os porongos para não fazer cirurgia". Rose não escolhe uma peça favorita. "São como filhos" sorri.

Em seu espaço na Casa, Nelson Borges ajeita com carinho os trabalhos que a esposa Carmem, em um verdadeiro home office, produz com conchas. A parceria na vida particular também se repetiu no meio profissional. Ela faz a arte e ele vende. "Quando não conseguimos garimpar, conseguimos locais especializados em cidades portuárias que nos vendem as matéria-prima", explica. Nelson fala com orgulho do resultado das montagens, sejam objetos decorativos ou até eletrodomésticos. "Não requer nem pintura. É dom", diz, segurando um abajur construído por meio do artesanato.

O lugar ainda abrigos sebos, tantos de discos de vinis quanto de livros e revistas, bastante procurados pelos visitantes. As atuais instalações foram reinauguradas em 2019, substituindo o galpão de madeira que antes abrigava os artesãos. A obra custou R$ 300.132,91. Destes, R$ 299.779,81 vieram de uma emenda parlamentar e R$ 353,10 são a contrapartida do município. A Casa de Artesanato abre das 17h às 22h e fica na avenida Mariluz.


Correio do Povo
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