Circo Mariotti vive a expectativa da reabertura em Tramandaí, após meses fechado devido a Covid-19

Circo Mariotti vive a expectativa da reabertura em Tramandaí, após meses fechado devido a Covid-19

Família passou dificuldades financeiras e teve que recorrer as economias durante a pandemia

Chico Izidro

Circo Mariotti reabre na sexta-feira em Tramandaí com todos os cuidados necessários para evitar a propagação da Covid-19

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Após 10 meses sem trabalhar devido a pandemia do novo coronavírus, o casal de argentinos Fabián e Magali Mariotti reabre as portas de seu tradicional circo, que leva o nome da família, em Tramandaí, a partir das 20h30min desta sexta-feira. “O alívio que estamos sentindo é indescritível”, afirma Fabián, que mantém seu circo no balneário há 12 anos.

“Quando começou a pandemia, tivemos de baixar as lonas. E nestes meses simplesmente vivemos das economias acumuladas, mas acabaram. E passamos a ter dificuldades”, relata Fabián.

Serão duas sessões semanais, às terças e sextas-feiras, sempre às 20h30min, e com duração de 1h30min. Com a proibição já há alguns anos de animais em circos, as atrações principais são as mágicas e os bonecos, principalmente, personagens da Disney, que são pedidos pelas crianças, o público-alvo dos espetáculos.

“Elas olham na televisão, e pedem eles”, diz Fabián, que não atua há muitos anos no picadeiro, agora restringindo-se à administração do negócio. “E temos de ser muito criativos hoje em dia, pois, as crianças não são mais aquelas de antigamente. Atualmente elas têm dificuldades de se concentrar, pois estão acostumadas a mexer no celular, se distraem facilmente”, constata Fabián.

“Estamos competindo com a tecnologia”, afirmou. O principal nome dos shows é o seu filho, Bruno, que é mágico – considerado um dos melhores do Brasil. O Circo Mariotti possui 12 artistas, de várias nacionalidades. São argentinos, uruguaios, brasileiros e peruanos.

“E a maioria deles é de famílias tradicionais do circo há muitas gerações”, conta. Fabián diz ainda que todas as segundas-feiras pela manhã o Mariotti disponibiliza uma escola de circo para as pessoas da comunidade, de forma gratuita. “Assim aproximamos os moradores com a nossa arte”, ressalta ele, que durante nove anos realizou shows no Hotel Fazenda Figueiras, em Imbé. “A gente se apresentava todas as segundas-feiras, mas tivemos de parar quando iniciou a pandemia”, lamenta.

O objetivo é funcionar até o final de março. E seguindo os protocolos exigidos para o combate ao novo coronavírus. O circo funcionará com apenas 25% de sua capacidade, com espaço entre as cadeiras, todos deverão usar máscaras e passar álcool gel antes de entrar nas arquibancadas. “Estamos com um frio na barriga pelo recomeço”, revela Fabián. “A sensação é de que é o nosso primeiro espetáculo”, finaliza.


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