Comerciantes de quiosques destruídos pela ressaca buscam recomeço

Comerciantes de quiosques destruídos pela ressaca buscam recomeço

Ressaca causou diversos prejuízos a comerciantes do litoral Norte

Christian Bueller

Segunda-feira foi dia de manutenção para comerciantes na orla

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Quiosqueiros de vários balneários do litoral Norte ainda tentam se recuperar dos prejuízos, após a ressaca que destruiu estabelecimentos no último final de semana. Ondas invadiram a faixa de areia e causaram danos, levando para o mar quiosques inteiros, com objetos e alimentos que estavam no interior. Nesta segunda-feira, prefeituras recolheram materiais e comerciantes buscavam seus recomeços.

Em Xangri-lá, um caminhão se postou em frente ao quiosque de madeira de Diego Schaffner, conhecido como Bagé, município de onde o comerciante saiu para atender banhistas na orla. O veículo foi colocado sob a casa, suspensa para que volte ao seu lugar de origem. Toras de madeira, então, foram recolocadas para darem sustentação ao estabelecimento, que estava caído desde a sexta-feira. “Foi um susto, tá louco!”, exclamou. Eram 13h quando a água chegou perto das dunas. “A água não parava de subir. E eu estava dentro do quiosque”, lembrou. Bagé está com seu comércio fechado desde então.

Com um quiosque que também caiu perto dali, Luciano Fagundes contabilizava o seu prejuízo. “Perdi cerca de R$ 3 mil. Isso que não perdi tudo. Imagina que teve o seu comércio levado pelas águas”, comentou. Ele espera voltar a vender na orla até quinta-feira. “Está chegando o Carnaval e deverá ser o último final de semana bom mesmo aqui na praia. Não podemos perder mais”, ressaltou.

Segundo a Marinha, as ondas chegaram a atingir quatro metros, mas Fagundes garante que viu elas atingirem o dobro desta altura.“O meu quiosque era feito de PVC. Espero para a próxima temporada que consigamos construir à base de contêineres. Mas vamos depender de empréstimos”, projetou o comerciante, que ouviu relatos de perdas em torno de R$ 200 mil para alguns colegas.

Danos também no litoral Sul

A ressaca também acarretou em danos para 30 guaritas de salva-vidas, segundo o major Isandré Antunes, comandante Operação Verão do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul. “Foram 17 postos no litoral Norte e 13 no litoral Sul”, enumerou. Segundo ele, ontem memso começaram os trabalhos de restauro e reconstrução de algumas destas guaritas danificadas.Arroio do Sal, Capão Novo, Capão da Canoa, Tramandaí e Balneário Pinhal foram os locais mais atingidos.

Segundo a MetSul Meteorologia, foi um ciclone extratropical que se formou ainda na quinta-feira e afetou, primeiramente, o Sul do Estado. O porto de Rio Grande teve que interromper as suas operações de praticagem devido ao vento e ao mar agitado com rajadas na barra perto dos 90 km/h. Com o avanço do swell (ondulação) gerado pelo ciclone para Norte, o mar ficou agitado e causou a elevação da maré na orla nas praias do Litoral Norte gaúcho e também de Santa Catarina.


Correio do Povo
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