Cresce procura por testes de detecção de Covid em postos de saúde do Litoral Norte

Cresce procura por testes de detecção de Covid em postos de saúde do Litoral Norte

O Gabinete de Crise do governo estadual emitiu aviso de risco para as 21 regiões covid depois de os casos da doença voltarem a subir no Rio Grande do Sul

André Malinoski

Ontem, em torno das 14h30min, havia dezenas de pessoas à espera de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Capão da Canoa

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Os postos de saúde das praias do Litoral Norte registram aumento na procura por testes de detecção do novo coronavírus depois das festas de Natal e Ano-Novo, ocasiões em que as pessoas confraternizaram e acabaram tendo mais contato social. O Gabinete de Crise do governo estadual emitiu aviso de risco para as 21 regiões covid depois de os casos da doença voltarem a subir no Rio Grande do Sul.

Ontem, em torno das 14h30min, havia dezenas de pessoas à espera de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada na rua dos Escoteiros, no bairro São Jorge, em Capão da Canoa. Praticamente não tinha lugar para todos, que ocupavam os espaços internos e externos do local. “Estou com tosse desde domingo, mas fiz o teste de Covid e deu negativo”, afirmou a auxiliar de serviços gerais Brenda Souza, de 23 anos. “Agora estou aguardando para ver o que o médico vai dizer”, completou.

O número de novos casos saltou no RS de uma média diária de 5,7 para 75,9 (para cada 1 milhão de habitantes) entre 26 de dezembro e 3 de janeiro. “Estou com um pouco de secreção e tosse. Espero desde o meio-dia para ser atendido”, contou o empresário Rodrigo Lunardi, 43. O vendedor Anderson Ferreira, 25, não estava com síntomas da Covid, mas o nariz incomodava. “Sinto falta de ar. O nariz escorreu só uma vez. Talvez faça o teste de Covid”, disse enquanto esperava. Por sua vez, o estudante Felipe da Silva, 19, revelou estar com tosse e muita coriza. “Infelizmente, meu teste deu positivo para Covid”, lamentou. “Estou esperando para pegar o atestado médico e alguma medicação”, acrescentou, encostado em uma parede do lado externo da UPA.

A situação não é muito diferente na UPA de Tramandaí, situada no Centro da cidade. Apesar da chuva, muita gente aguardava atendimento ontem à tarde. “Tivemos um aumento significativo no fim de dezembro. Depois do Ano-Novo teve bastante procura aqui”, relata Luciane Borges, padronizadora da enfermagem na UPA. “A média de atendimentos, até dezembro, era de 150 a 180 por dia, na soma dos casos Covid com os clínicos. Agora, tivemos 150 apenas de Covid no fim do ano. E na segunda-feira, realizamos 406 atendimentos aqui entre Covid e clínicos”, explica a profissional, garantindo que até o momento não falta material para a testagem.

A autônoma Taciane Priscila de Souza, 32, aguardava ser chamada e estava bastante abatida. “Estou há duas horas esperando ser atendida e minha dor de cabeça é muito forte”, reclamava. “Começou hoje e já vomitei também”, salientou. A operadora de caixa Bárbara Leite, 26, foi ao local por estar com febre. “Começou hoje”, comentou.

A Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) informou que ainda não tem um posicionamento para passar à imprensa, mas deverá promover uma reunião nos próximos dias com os prefeitos para definir as ações em função do crescimento da demanda por exames de Covid nos postos de saúde do Litoral Norte. Apesar do visível aumento nos casos de síndromes respiratórias, não é difícil encontrar pessoas sem máscaras nas praias gaúchas.


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