Estabelecimentos comerciais no litoral respeitam decreto e fecham após às 20h

Estabelecimentos comerciais no litoral respeitam decreto e fecham após às 20h

Ruas e avenidas ficaram praticamente vazias na terça-feira à noite

Chico Izidro

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Tão logo os relógios marcaram 20h de terça-feira, os estabelecimentos comerciais, restaurantes, bares e quiosques de Tramandaí e Balneário Imbé cerraram as suas portas, atendendo as determinações do governo estadual, devido ao avanço do coronavírus no litoral norte. O toque de recolher vale até as 5h. A região, classificada como bandeira preta, segue os protocolos de Bandeira Vermelha, mas com restrições específicas para cada setor, com normas válidas até a próxima segunda-feira, dia 1º de março. Houve ainda uma diminuição de circulação das pessoas nas ruas – as avenidas ficaram praticamente vazias. E quem caminhava por elas estava se dirigindo para casa.

Pelo menos um restaurante na Avenida Perimetral, em Tramandaí, não fechou as suas portas, e veranistas estavam sentados à mesa, jantando. Mas um dos atendentes, Raul Silvério, disse que as pessoas poderiam ficar até terminar as suas refeições. “Não vamos atender mais ninguém. Quem já estava aqui dentro pode ficar até terminar de comer, porém depois tem de ir embora”, avisou. Em um supermercado local, uma sirene tocou exatamente às 19h57min, avisando os clientes que fecharia em três minutos. Porém, assim como no restaurante, quem estava dentro do estabelecimento pode finalizar as suas compras, porém ninguém mais pode entrar. O local no centro de Tramandaí funciona 24 horas por dia, mas devido às restrições do decreto, teve de se adaptar, fechando no horário determinado.

A cliente Aline Weber, natural de São Leopoldo, mas moradora de Tramandaí há 30 anos, lamentou profundamente o decreto, e classificou o momento de “muito triste”. “Eu acho que deveria ter havido mais rigor no carnaval. As autoridades não deveriam ter deixado o pessoal ter feito o que fez, de se aglomerar nas ruas. Hoje estamos vendo o reflexo daquela irresponsabilidade da semana passada”, lamentou. “Os jovens foram fazer festa, se contaminaram e ao voltar para casa, acabaram transmitido a doença para pais e avós, acredito”, analisou.

No Balneário Imbé, a Polícia Civil e a Brigada Militar tiveram de intervir em um estabelecimento de tele-entrega, depois de verificarem uma aglomeração em frente ao local. O dono, André Falavigna, não foi multado, e explicou que muitas pessoas se dirigem para a sua loja, fazem o pedido e ficam em frente, consumindo o produto comprado. “Os policiais pediram para que eu não deixe os clientes aglomerarem aqui e solicitaram que eu ponha uma faixa delimitadora na frente”, explicou. Já a avenida Beira-Mar estava praticamente vazia – algumas pessoas caminhavam na faixa de areia, muito bem iluminada.


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