Forte calor exige cuidados especiais com cães e gatos

Forte calor exige cuidados especiais com cães e gatos

Especialistas compartilham dicas para amenizar efeitos do verão nos animais de estimação

Lou Cardoso

Cães devem passear na rua antes das 8h e depois das 18h para evitar queimaduras com chão quente

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O verão é uma época em que os cuidados com a saúde devem ser redobrados e isto também se aplica aos animais de estimação. Conforme o adestrador e especialista em comportamento canino, Ricardo Tamborini, a temperatura do corpo de cães e gatos são mais elevadas que a do ser humano, em torno de 2°C ou 3°C, e, em períodos de forte calor, eles sofrem mais.

Segundo Tamborini, os bichos não são diferentes dos humanos em relação ao desconforto com o forte calor – como o desta quarta-feira em Porto Alegre, quando as marcas ficaram em torno dos 40°C. “O ser humano que é muito estressado e não tem uma qualidade de vida, a expectativa dele é menor e vai viver menos. Com os animais funciona assim também”, acrescentou.

Por isso, o consumo de água para cães nesta estação é essencial e conforme indica Tamborini, deve-se servir inicialmente gelada pois alivia a sensação de calor, além deles gostarem muito desta temperatura. Para quem tem gatos, a médica veterinária Carolina da Silva Cardoso aconselha deixar vários potes de água pela casa com cubinhos de gelo. Segundo Carolina, os gatos não costumam beber muita água e, para incentivá-los, o ideal é comprar potes maiores. “Eles gostam de ficar se olhando e também não gostam de molhar o bigode”, disse.

Na alimentação, o adestrador incentiva a produzir “sorvetes” com carnes, legumes e verduras para os cachorros. “Tudo que é novidade ou comida diferente, desperta o interesse do cão. Além de mantê-lo ocupado, isso mantém ele fisicamente e psicologicamente saudável”, declarou. Para preparar o “sorvete”, basta congelar os alimentos com água e servir aos poquinhos durante a rotina do animal. Carolina dá a dica de misturar ração úmida com água e fazer uma sopinha para os felinos. “Com um terço de água, dá para fazer uma sopinha pastosa ou cubinhos de gelo e servir uma vez por dia”, ensinou.

Cuidados com o sol

O tempo de sol para cada animal precisa ser avaliado com cautela. Aos gatinhos, que são mais difíceis de acompanhar a movimentação durante o dia, a médica veterinária salienta a importância do uso de um protetor solar pet ou até mesmo um produto de humanos. “Ele pode desenvolver um tumor de pele”, alertou. Ela reforçou que banhos em gatos sejam evitados, assim como tosar o pelo do animal. “Eles não aceitam muito bem e causa estresse neles”, explicou. Segundo Carolina, o ideal são banhos secos com produtos que não possuem odor, visto que podem ser agressivos para o animal.

Para os cachorros que curtem uma caminhada, Ricardo aconselha períodos do dia em que o sol não esteja a pino – como antes das 8h ou depois das 18h no verão. De acordo com ele, o contato da patinha com o asfalto quente pode causar queimaduras severas, mas o uso de sapatilhas para cães não é indicado. “Eles transpiram pela boca e pelas patas. Quanto mais cansado, mais ele saliva. É errôneo pensar que só porque o chão está quente e colocar o sapato que ele vai se sentir mais confortável”, contou. “A maioria dos cães não se sente confortável com isso.”

Aos cachorros que costumam passar o dia no quintal de casa, o adestrador sugere que o local tenha um ambiente com sombra. “O dono tem que ser cauteloso. Se o cachorro fica muito tempo no pátio, ele tem que ter um lugar pra se abrigar, que seja fresco e bem ventilado. De maneira alguma ele deve ficar confinado e exposto ao sol por muito tempo”, alertou. Conforme Ricardo, o cão é tão sensível ao sol quanto os humanos: “Ele pode sofrer de insolação e pode morrer. Ele tem que ter água em abundância e de fácil acesso pra ele. É importante ter muitos cuidados com o cão no quintal de casa”.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895