Mesmo com advertências, banhistas aproveitam veraneio no Lago da Jazida

Mesmo com advertências, banhistas aproveitam veraneio no Lago da Jazida

Acesso ao público não é permitido e não há guarda-vidas no local 


Chico Izidro

Lago da Jazida fica às margens da RS 786, no km 2, em Balneário Santa Terezinha

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Escondido atrás de uma pequena floresta, às margens da RS 786, no km 2, em Balneário Santa Terezinha, em Imbé, no Litoral Norte gaúcho, encontra-se um lago artificial, batizado de Lago da Jazida. Ali muitas pessoas trocam as águas salgadas do mar por água doce, sem ondas, e descumprem determinações dos bombeiros, para se banhar nos dias quentes de verão. 

O acesso ao público não é permitido, uma vez que não há guarda-vidas no local e as águas são um pouco profundas – no ano passado, um jovem acabou morrendo afogado em suas águas. Algumas barreiras foram colocadas na entrada da lagoa, como morros de areia e postes derrubados, para evitar que os veranistas acessem de carro o lago. Porém as pessoas deixaram os seus veículos à beira da estrada, e entraram caminhando.

Mas Celci Martins da Silva, moradora de São Leopoldo, mas veraneando em Mariluz desde novembro do ano passado, disse que o importante é “se divertir”. “Por favor, que as autoridades não proíbam a gente de vir aqui”, pediu. “Este é um local de lazer para os pobres”, acrescentou ela, que costuma se banhar na lagoa, e traz junto toda a família. “Venho e trago meu esposo, irmãs, sobrinhos, netos”, enumerou. “E preferimos a lagoa do que o mar. Nem dá para comparar”, garantiu. 

Foto: Guilherme Almeida

De acordo com ela, o Lago da Jazida é tranquilo, afastado do tumulto, não existem aglomerações, nem os ambulantes tentando empurrar suas mercadorias. “Aqui é o paraíso. Um lugar limpo. Nosso Caribe”, brincou Celci.

Ela disse que todos da família sabem dos acidentes que ocorrem no lago. Porém, são orientados a não passar de determinada distância da beira. “Ninguém vai lá no meio, que é fundo e cheio de galhos de árvores”, destacou. O Lago da Jazida ainda é de água doce, “e não existe o risco de cruzarmos com algum animal perigoso”, afirmou. 

O local ficou ainda mais seguro, completa a são-leopoldense, depois que um tubarão-raposo de dois metros foi encontrado na vizinha Imbé. “Sei que eles não costumam atacar seres humanos, mas nos confundem com as suas caças preferidas, e só isso já basta para a gente preferir vir para cá ao invés do mar”, finalizou.


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