Mini fazenda no balneário Jardim Atlântico é lar de mais de 300 animais vítimas de maus-tratos

Mini fazenda no balneário Jardim Atlântico é lar de mais de 300 animais vítimas de maus-tratos

O sítio surgiu em 2019, quando Anderson e Andressa decidiram proporcionar uma vida melhor para os animais

Chico Izidro

Os animais sofriam maus-tratos e foram resgatados pelo casal Anderson e Andressa

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Em uma mini fazenda no balneário Jardim Atlântico, no limite entre Tramandaí e Cidreira, no Litoral Norte, se localiza o Santuário Filhos da Luz, lar de mais de 300 animais de diferentes espécies, entre elas porcos, ovelhas, vacas, galinhas, galos, patos, pássaros, marrecos, gansos, gatos, porcos, coelhos, ratinhos brancos, bodes, cabras, e cavalos.

Os animais sofriam maus-tratos e foram resgatados pelo casal Anderson Quines Gomes, 28 anos, e Andressa Aquino, 27 anos, que os livrou do abandono ou do abate - muitos estavam com sérias lesões e seriam sacrificados. Agora, no entanto, o lugar está passando dificuldades financeiras e no limite de cuidar dos animais, como os dois projetaram.

O sítio, de cerca de 1.800 metros quadrados, surgiu em 2019, quando a dupla achou que deveria proporcionar uma vida melhor para os animais. "A nossa missão aqui é oferecer um lar, para que eles vivam livres, com dignidade, respeito, segurança e muito amor", disse Andressa, mãe da pequena Maya, de 3 anos, e do recém nascido Zayon, com menos de um mês de idade.

Porém o santuário passa por sérias dificuldades financeiras, tendo um gasto mensal que varia entre os R$ 15 mil e R$ 20 mil, com alimentação, manutenção das instalações e medicamentos. A arrecadação chega através de doações de pessoas do Brasil e até do exterior, ou através de rifas e de brechós, mas tem sido insuficiente.

A crise foi ampliada pela pandemia do coronavírus, e Andressa, natural da Ilha da Pintada, em Porto Alegre e que trabalhava como DJ, não pode mais fazer apresentações, mas encontrou uma maneira alternativa produzindo e vendendo produtos veganos, como sabonetes e cremes, e Anderson, que nasceu em Eldorado do Sul, e que atuava na área de construção civil, projeta começar a fazer tatuagens. “Quem puder ajudar, estamos aceitando doações de qualquer valor", pediu o casal.

O nome do santuário foi dado por Andressa, que no dia em que Maya nasceu, sonhou com duas imagens e foi pesquisar, descobrindo serem símbolos hindus, dando sentido a obra que eles realizam no litoral. Mas agora o propósito é transferir o santuário para uma chácara, que de acordo com eles, terá maior capacidade para cuidar dos animais. "O objetivo é conseguirmos um local a curto prazo. Não conseguimos mais receber animais aqui. E não tem como ampliar o espaço, estamos no limite", garantiu Anderson. "O ideal é uma chácara, em qualquer localidade", completou.

O abrigo dos animais no Jardim Atlântico pode ser encontrado no Instagram. Visitas também podem ser agendadas, através do WhatsApp (51) 99564-6240.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895