Moradores realizam abraço coletivo em protesto contra construção em Imbé
Ato ocorreu neste domingo entre o rio Tramandaí e Imbé
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Um prédio em construção de 15 andares na avenida Nilza Godoy, entre o rio Tramandaí e Imbé, foi motivo de um protesto, neste domingo, de moradores e veranistas contra a obra.
Dezenas de pessoas se reuniram no local para reclamar de sua construção e das mudanças do Plano Diretor do município, que desde 2013 permite arranha-céus no local, e que de acordo com eles, vai afetar o meio ambiente. Os manifestantes fizeram uma abraço simbólico ao rio Tramandaí, e mostraram cartazes onde expuseram seu descontentamento.
Uma das organizadoras do protesto e veranista em Imbé há mais de quatro décadas, Daniela Remião, disse que a população não tomou conhecimento das mudanças no Plano Diretor, e que ele é irregular. “Quando propuseram as mudanças para poder construir aqui, deveriam ter consultado os moradores, e isso não foi feito”, lamentou.
“O plano desconsidera as leis de proteção ao meio ambiente, que será profundamente prejudicado. E este prédio que está sendo erguido não segue as normas ambientais”, apontou, mostrando por exemplo, uma residência localizada atrás do prédio, e que não recebe mais sol – o proprietário até colocou o imóvel à venda. Daniela disse que as pessoas que quiserem se informar mais podem acessar a página “Imbé sem prédios” no Facebook.
O biólogo do Ceclimar Ignacio Benites Moreno aponta que o processo que culminou na construção do prédio está totalmente equivocado. “Existe uma lei de proteção ambiental que proíbe este tipo de construção nesta área”, destacou.
“A área é um estuário, frágil do ponto de vista ambiental. Temos várias espécies de peixes que se reproduzem, crescem nesta área. E eles correm sério risco. As safras da tainha, do bagre, podem ser perdidas. E todos seriam afetados, os pescadores, o comércio local”, completou.
Benites Moreno vai mais longe, afirmando que a construção, como outras que estão sendo planejadas, “não trazem nada de benefícios econômicos e sociais para Imbé. Além de o Plano Diretor ser anticonstitucional”, finalizou.