Parque da Coruja é um dos pontos mais visitados de Nova Tramandaí

Parque da Coruja é um dos pontos mais visitados de Nova Tramandaí

Além das aves que dão nome ao local, lago com tartarugas e a praça são atrações para as crianças

Chico Izidro

Parque da Coruja é um dos principais locais de lazer em Nova Tramandaí

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Idealizado pelo arquiteto Gilberto Santos de Souza, o Beto, o Parque da Coruja é um dos pontos mais visitados em Nova Tramandaí, localizado no final da Avenida Perimetral e há poucos metros do mar. O nome do local é para lembrar das corujas que frequentam a orla de Tramandaí Sul, mas o que se destaca ali é o laguinho repleto de tartarugas e cágados, nadando despreocupados.

A pracinha, como é mais frequentemente chamada, tem sido preservada graças aos moradores das proximidades, que se revezam no cuidado das flores, na alimentação dos animais, no corte da grama, e na manutenção dos brinquedos ali colocados para as crianças brincarem e construídos manualmente por Beto com material doado. Ainda no Parque existe uma ponte de madeira que serve de mirante para o mar e batizada de Ponte dos Açores.

Há 30 anos veraneando em Nova Tramandaí a desenhista de calçados de Sapiranga Kelly Daiane Pereira, frequenta o Parque das Corujas desde que ele foi construído. “Amo vir aqui, sentar, relaxar”, diz ela, que nesta temporada está acompanhada dos afilhados Bernardo e Melany, ambos de 8 anos de idade. “Eles são fanáticos pela pracinha, como chamamos”, destaca. “O local é muito bem cuidado por nós mesmos, os moradores, e isso cria um clima de coletividade ímpar", elogia.

Kelly conta ainda que além dos brinquedos, as duas crianças têm como paixão trazer pão para alimentar as tartarugas e cágados, que parecem adivinhar quando um humano se aproxima – elas põem as cabeças para fora da água, e ficam observando, como se dissessem: “nos alimente”. Outra coisa que Kelly gosta muito é o local ter sinal de wi-fi. “Hoje em dia não dá para ficar desconectado, por mais que a gente procure este lugar para relaxar”, brinca, armando uma cadeira de praia embaixo de uma árvore. “Agora sem chimarrão, pois tomei antes de sair de casa”, completa.

Há poucos metros dela, Elzira Sherutti está ajoelhada diante de um canteiro de flores, arrancando algumas raízes. “Esta praça é um paraíso”, afirma ela, que só tem a reclamar que uma funcionária que trabalhava no local limpando o mato foi tirada do serviço. “Ainda bem que os moradores se revezam em substituição a ela, caso contrário os canteiros já teriam sido tomados pelo mato”, diz.

Dona Elzira garante vir todos os dias na praça para fazer a manutenção das flores e da grama. “É bonito manter tudo limpo”, sonha. Moradora do São Leopoldo, tem uma casa logo em frente ao Parque, onde morou direto por dois anos, entre 2008 e 2010, mas teve de voltar para a cidade do Vale dos Sinos devido a uma doença familiar. Mas costuma passar temporadas inteiras no balneário, frequentado por ela há várias décadas.

“Aqui os vizinhos costumam se reunir no final de tarde para conversar e tomar chimarrão, e em qualquer época do ano”, garante. “A gente só queria uma ajudinha da prefeitura para melhorar ainda mais a praça”, pede, ressaltando que não gosta de chamar o lugar de parque.


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