Praia do Cassino vive infestação de água-viva

Praia do Cassino vive infestação de água-viva

Mais de 85 pessoas foram queimadas em apenas um dia

Angélica Silveira

Mais de 85 pessoas foram queimadas em apenas um dia

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A presença de água-viva na praia do Cassino, no Sul gaúcho, se tornou recorrente desde o último domingo. Somente nesta quarta-feira, 87 pessoas precisaram de atendimento médico devido às queimaduras por água-viva, destacou o 1º Tenente e Comandante do Pelotão Guarda Vidas da praia do Cassino, Edson Roberto Germiniani Morais.

Do último sábado até terça-feira haviam sido registrados 33 casos de queimaduras. “É o momento de reprodução delas que é favorecido pela corrente e temperatura agradável da água. Provavelmente dure em torno de uma semana”, destacou o Tenente. Quando há muitos casos – a partir de seis – perto de guaritas de guarda é utilizada a bandeira na cor roxa, para sinalizar a presença de água-viva. 

Moraes afirmou que os guarda-vidas não têm o poder de proibir as pessoas de entrar na água. “Apenas orientamos que em caso de contato com água-viva não se deve esfregar o local, mas sim lavar com a própria água do mar e, em caso de reação alérgica, procurar um médico. Nas guaritas têm à disposição dos banhistas vinagre, que é usado para diminuir a ardência no local”, confirmou.

“Estes animais aparecem normalmente nesta época do ano, no começo do verão, e as caravelas são animais venenosos. O que chamamos de queimadura é uma intoxicação epidérmica”, destacou o professor do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), Renato Mitsuo Nagata.  As caravelas são animais invertebrados e são mais perigosas que água-viva. Elas podem ter um porte maior com formato de uma bexiga com tentáculos de até 30 metros. “É perigoso principalmente para crianças. O recomendado é que ninguém entre na praia nestes dias”, enfatizou o professor. 

Ele afirma que o ponto onde a água -viva se concentra depende das condições do mar. Os Bombeiros já relataram que têm muito mais ocorrências perto dos molhes. Dependendo da corrente podem se concentrar em outros pontos da praia. “No Cassino a espécie de mãe d'água que mais aparece é inofensiva, mas a previsão é que em janeiro apareçam outras chamadas Olindias Sambaquiensis. Nós temos dois períodos críticos, um deles causado pelos encalhes de Caravelas (espécie Physalia Physalia) no começo do verão e outro pela medusa/mãe d'água Olindias sambaquiensis, entre janeiro e fevereiro”, explicou o docente.


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