Açúcar ou adoçante? Saiba quais os benefícios e riscos à saúde de cada

Açúcar ou adoçante? Saiba quais os benefícios e riscos à saúde de cada

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Melhor opção pode variar de acordo com cada caso | Foto: USP Imagens / CP Memória


A nutricionista Erica Fernanda, do Hospital 9 de Julho, explica as diferenças entre stévia, açúcar de coco, sucralose, aspartame, entre outros.

A partir do melaço de cana é possível produzir quatro tipos de açúcar, que variam de acordo com o refinamento. O processo faz do melaço o açúcar mascavo, seguido pelo demerara, o cristal e, por último, o refinado. O refinamento acaba utilizando produtos químicos, podendo incluir até soda cáustica para branquear o açúcar. Sendo assim, o mais saudável é o mascavo, que possui ferro e está livre de químicos. O açúcar light é o menos calórico porque é composto por 30% a 50% de açúcar refinado, que contém 4 kcal por grama, e de 50% a 70% por adoçante, que não possui calorias. Não pode ser utilizado por diabéticos, pois ainda contém açúcar.

Entre açúcar, mel e adoçante, a nutricionista explica que a melhor opção varia de acordo com cada caso. Para pessoas saudáveis, o ideal é usar o açúcar de coco, que contém fibras e minerais, o melaço de cana ou o açúcar mascavo que possuem pouco ou nenhum refinamento, mantendo a maioria de suas vitaminas. O mel também é uma boa opção, contendo ação anti-inflamatória. Já diabéticos e obesos devem dar preferência ao adoçante stévia, pois não possui calorias e não altera a glicemia. Os adoçantes, com exceção da frutose, que possui as mesmas calorias do açúcar e pode ser utilizado em menor quantidade por ser mais doce que o açúcar, possuem calorias próximas a zero.

Adoçantes

Existem estudos que afirmam que o uso prolongado de adoçantes pode causar, a longo prazo, diabetes e obesidade por uma questão neurológica, já que o gosto doce faz o cérebro acreditar que haverá a entrada de açúcar e libera insulina normalmente. Esse hormônio acaba não sendo utilizado e aumenta a gordura corporal. A nutricionista afirma que existem estudos que mostram que o aspartame tem potencial cancerígeno e de malformação fetal se usado indevidamente. Já o FDA (Food and Drug Admnistration), autoridade americana regulamentadora de alimentos e medicamentos, informa que o consumo é seguro, desde que sejam seguidas as recomendações de uso por peso e frequência.

A quantidade recomendada para ingestão vai de acordo com a quantidade diária de miligramas por peso, e varia conforme o adoçante. A ingestão do aspartame é de 40mg/Kg, equivalente a pouco menos de duas colheres de sopa. A ingestão recomendada de stévia é de 5,5 mg/Kg, equivalente a pouco menos de 1/3 de colher de sopa. A ingestão recomendada de sacarina é de 5 mg/Kg, com equivalência parecida ao stévia. A ingestão recomendada de sucralose é de 15 mg/Kg, o equivalente a pouco menos de três colheres de sopa.

O adoçante líquido oferece os mesmos riscos que o adoçante em pó, com o diferencial que não deve ser levado ao fogo ou utilizado em bebidas muito quentes, pois sofre alterações químicas que podem ser extremamente prejudiciais, enquanto o adoçante em pó é mais estável quimicamente.

Adoçantes como o stévia, xilitol, agave e frutose são adoçantes derivados naturais - o stévia de uma planta de mesmo nome, xilitol de fibras vegetais de milho, ameixa ou cogumelo, agave, de um cacto, e frutose, de frutas, em geral. A sucralose, embora seja derivada da cana-de-açúcar, é considerada artificial, pois passa por um processo químico. Embora a frutose e o agave sejam adoçantes naturais, devem ser usados com moderação por diabéticos, podendo aumentar os níveis glicêmicos.

O stévia provém da extração do açúcar da planta de mesmo nome, e é o mais natural entre os tipos de adoçante. A nutricionista explica que nenhum estudo alegou qualquer malefício que o produto poderia causar. Esse adoçante possui também como benefício o fato de não causar cáries.

A nutricionista afirma que há grande diferença de sabor entre as substâncias, especialmente na stévia, que deixa um sabor residual amargo no final de sua ingestão. A língua possui grande sensibilidade e pode perceber instantaneamente quando há mudança do ingrediente. Na questão da preferência, Erica explica que o paladar pode ser treinado, acostumando-se aos novos sabores, que podem parecer estranhos durante a troca de açúcar e adoçante, por exemplo.

Açúcar

O açúcar aumenta a glicemia, os níveis de triglicérides e pode alterar a saúde intestinal, quando usado em excesso. Alguns estudos vêm ligando também o uso do açúcar a alguns cânceres e ao Alzheimer, quando associado a fatores genéticos. No Brasil, há a derivação do açúcar por meio do melaço da cana, apresentando o cristal, refinado, demerara e mascavo. Nos Estados Unidos, há também a glicose de milho. Na Europa, o açúcar de beterraba é muito utilizado e, na Ásia, há o uso do açúcar de coco. A nutricionista explica que, de maneira geral, todos os açúcares possuem a mesma quantidade de calorias: 1/4 de colher de chá tem 4 kcal.

O açúcar de coco deve ser usado com atenção, pois tem menor poder adoçante que o açúcar refinado e pode acabar sendo usado em excesso. Esse açúcar possui a mesma quantidade calórica do açúcar refinado, mas seu índice glicêmico é menor que o do açúcar de cana, mas não deve ser utilizado por diabéticos. O açúcar de coco possui também inulina, fibra alimentar encontrada em algumas plantas, que ajuda a melhorar a saúde intestinal.

* Fonte: R7

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