A importância do rastreio no câncer de mama
De acordo com a médica coordenadora do Programa Viver Bem, da Unimed Porto alegre, a opção de rastrear a doença por meio de exames deve respeitar a vontade e valores da paciente.
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Depois do câncer de pele não melanoma, o de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo. No Brasil, o câncer de mama corresponde a 29% dos casos novos a cada ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas em 2017, mais de 16 mil mulheres foram vítimas da doença. Além da prevenção, há fatores que aumentam o risco da doença e merecem atenção, como ressalta a médica coordenadora do Programa Viver Bem da Unimed Porto Alegre, Sílvia Kretzer. “Muitos desses fatores não podem ser modificados, mas alertam para a necessidade de cuidados”, afirma.
O histórico familiar é o fator que mais exige atenção. “Especialmente se forem familiares de primeiro grau ou com diagnóstico da doença antes dos 60 anos”, alerta a médica. Episódios anteriores de câncer de mama, exposição à radiação ionizante e a determinados hormônios sexuais também são fatores que precisam de atenção. “Independentemente dos riscos individuais, hoje em dia se preconiza que todas as mulheres estejam alertas sobre o câncer de mama. Isso não significa ficar num estado permanente de preocupação, mas manter acompanhamento médico para assegurar que esse assunto seja discutido, que os exames sejam feitos na forma e no tempo adequados e, assim, trazer tranquilidade à mulher”, ressalta Sílvia.
Rastreio e prevenção
A mamografia e demais exames podem ser solicitados independente da apresentação de sintomas, para prevenção e diagnóstico. “Quando não há sintomas, o “rastreio” tem como objetivo diagnosticar uma doença precocemente, antes que ela se manifeste. Quando os mesmo exames são feitos em uma mulher que já apresenta algum sinal da doença, os exames servem para investigação diagnóstica”, afirma Sílvia.
Quando o rastreio é feito, é importante paciente e médico analisarem a melhor estratégia e quando os exames deverão ser repetidos. Em caso de sintomas existentes, é essencial a busca de atendimento médico, mesmo que ainda não esteja na data marcada para a avaliação. Quanto antes o câncer de mama for diagnosticado, mais chances de cura e qualidade de vida terá a paciente.
A melhor estratégia para o rastreio do câncer de mama deve ser sempre discutida individualmente entre médico e paciente, mas a médica coordenadora do Programa Viver Bem, Sílvia Kretzer, elencou as mais usuais, de acordo com cada idade:
Entre 40 e 49 anos de idade: é nessa faixa etária que a discussão sobre a possibilidade deve ser intensificada, sempre respeitando a vontade e valores da paciente. Quando se define pelo método, costuma-se indicar a realização de mamografia a cada um ou dois anos.
Entre 50 e 74 anos: já para pacientes que passaram dos 50 anos, os benefícios do rastreio se tornam mais evidentes. O recomendado é fazer uma mamografia como exame inicial. Dependendo do resultado, outro exames poderão ser solicitados. O período para refazer o exame mamário deve ser a cada dois anos ou menos, também na dependência dos resultados do exame anterior e da presença de fatores de risco.
75 anos ou mais: apesar de não haver uma idade limite para continuar se realizando a mamografia, é importante reavaliar o risco e as preferências da paciente, uma vez que a faixa de maior incidência de câncer de mama já passou e pode haver outras condições de saúde que influenciam na decisão de se seguir com a estratégia de rastreio.