Avanços para o coração

Avanços para o coração

Pesquisas desenvolvidas recentemente por especialistas norte-americanos mostraram a eficácia de uma técnica que já é usada no Rio Grande do Sul há mais de dez anos em pacientes com estenose aórtica

Correio do Povo

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Estudos desenvolvidos recentemente por especialistas norte-americanos apresentaram avanços significativos em relação à eficácia da técnica de Implante Transcateter de Valva Aórtica (TAVI) em pacientes com estenose aórtica. A doença é caracterizada pela obstrução progressiva da passagem do fluxo sanguíneo da via de saída do ventrículo esquerdo do coração pela calcificação das estruturas valvares.

Conforme o professor titular de cirurgia cardiovascular da Ufrgs e chefe do Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Lucas da PUCRS, Eduardo Keller Saadi, desde 2008 esse procedimento já é realizado no Brasil. É menos invasivo e proporciona uma recuperação mais rápida. Inicialmente, era restrito a idosos acima de 80 anos com doenças associadas e risco elevado para cirurgia convencional. As pesquisas revelaram que a técnica pode ser aplicada em pacientes com 70 anos e baixo risco de mortalidade cirúrgica. “A substituição da válvula aórtica tem sido realizada com êxito em pacientes idosos e com restrições à tradicional operação. As duas novas pesquisas envolvendo doentes com cerca de 70 anos ampliam os benefícios do método, favorecendo uma faixa etária que antes estava fadada à cirurgia de peito aberto e pausa dos batimentos do coração. O TAVI também ocupa menos tempo do centro cirúrgico, pode ser feito com anestesia local, proporciona recuperação mais rápida, oferece mais conforto ao paciente e, sobretudo, diminui a ocorrência de sequelas derivadas da cirurgia padrão”, explica. O médico acumula um know-how de dez anos com o método e já implantou cerca de 500 válvulas por cateter. 

De acordo com o Saadi, que foi o primeiro cirurgião cardiovascular brasileiro a receber certificação para implante de valva transcateter CoreValve, uma das próteses testadas nesses estudos, o tema também foi abordado no congresso promovido pela Sociedade de Cardiologia do Estado do RS, que acontece neste fim de semana, em Gramado, e reúne mais de mil profissionais da área. Durante uma de suas palestras, Saadi falou sobre o tratamento transcateter MitraClip, um dispositivo médico usado para tratar a regurgitação mitral para indivíduos que não podem fazer cirurgia de coração aberto. O especialista destaca que, para manter a saúde, é importante evitar o tabagismo, ter alimentação saudável, praticar atividade física e fazer regularmente exames médicos. 

Saiba mais sobre o Dr. Saadi

- Graduado em Medicina pela UFRGS. Residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Cardiovascular no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Fellowship em Cirurgia Cardiovascular no Royal Brompton Hospital, Londres. Mestre e Doutor de Medicina pela UFRGS. Pós-doutorado no Royal Brompton Hospital, Londres.
- Professor Titular de Cirurgia Cardiovascular da UFRGS. Presidente do Departamento de Cirurgia Endovascular e Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.
- Chefe do Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Lucas da PUCRS.
- Cirurgião Cardiovascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Hospital Moinhos de Vento.
- Gestor da Área Cardiovascular do Hospital Mãe de Deus e do Hospital Universitário de Canoas.
- Primeiro cirurgião cardiovascular brasileiro a receber certificação para implante de valva importada transcateter CoreValve.
- Experiência com cerca de 500 válvulas implantadas por cateter


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