Dietas da moda desafiam trabalho de profissionais da nutrição
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Low carb, cetogênica, mediterrânea e jejum intermitente. Estes são alguns nomes das chamadas dietas da moda e que cada vez ganham mais popularização devido à ampla divulgação na Internet. O interesse nesses tipos de alimentação e a facilidade pela busca de conteúdo a respeito já é uma realidade com a qual os profissionais de nutrição se deparam com pacientes em hospitais.
Este foi um dos temas discutidos nesta semana durante a Jornada de Nutrição Hospitalar. Promovido pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), o evento reuniu profissionais e estudantes para atualização no Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
De acordo com a coordenadora do Comitê de Nutrição do Sindihospa, Janete Haider, os pacientes já têm muito acesso à proliferação de informações sobre os variados tipos de dietas e, como parte do processo de humanização dos hospitais, é possível, sim, fazer adaptações conforme as preferências do paciente.
Apesar disso, a especialista observa que é obrigação dos profissionais entender as necessidades de cada pessoa e sempre estar atento para trabalhar com evidências científicas, já que nem tudo o que é divulgado na Internet e os leigos têm acesso é eficaz ou sequer faz sentido.
A coordenadora cita o exemplo de alguém que afirma que quer consumir gelatina por ter colágeno, algo afirmado em algumas páginas na web, mas que, na verdade, fornecerá essencialmente açúcar. Essa é uma das temáticas que, conforme Janete, costumam aparecer nas reuniões mensais do Comitê do Sindihospa. Além dessa, também foi levada para o encontro a questão da desnutrição hospitalar.
Ela explica que muitos pacientes já vêm debilitados para os hospitais e os profissionais da nutrição acabam tendo que restabelecer seus índices nutricionais. Nesse sentido, afirma, é importante criar um engajamento e um acolhimento. “De nada adianta ofertar uma comida e não saber se, de fato, o paciente comeu”, comenta.
Além das palestras, a Jornada de Nutrição contou com o lançamento da primeira publicação do comitê do Sindihospa. Trata-se do Manual do Lactário, que, de acordo com Janete, foi trabalhado ao longo de dois anos com um grupo específico de nutricionistas atuante nos lactários, locais que têm risco grande de contaminação e que, no entanto, ainda contavam com uma bibliografia muito escassa.
Fonte: Correio do Povo
