Rigidez muscular pode ser solucionada com toxina botulínica

Rigidez muscular pode ser solucionada com toxina botulínica

Aplicações de toxina botulínica, disponível no SUS, podem melhorar o quadro de espasticidade e a rigidez

Correio do Povo

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A espasticidade e a rigidez, que afetam os músculos, atingem as funcionalidades básicas do corpo, como a movimentação, e podem impactar de maneira negativa a qualidade de vida. As aplicações de toxina botulínica, disponível no SUS, podem melhorar esse quadro. 

De acordo com médica neurofisiologista Ligia Cattai, especialista no assunto e em eletroneuromiografia, a espasticidade afeta mais de 12 milhões de pessoas no mundo. “Pode ser decorrente de AVC, traumatismo craniano ou medular, esclerose múltipla em adultos e paralisia cerebral em crianças”, explica. Conforme ela, entre os sintomas estão contrações involuntárias, clônus, dificuldade para regular os movimentos de pernas, pés e braços e mãos, postura incorreta involuntária e dor. A médica observa que não há cura, apenas tratamento para amenizar os efeitos. Entre as possibilidades de controle estão as aplicações de toxina botulínica, disponível no SUS. A toxina age anulando a contração dos músculos a fim de que eles relaxem.

Já em relação à rigidez, muito comum na Doença de Parkinson, o paciente apresenta, entre outros sintomas, lentidão de movimentos, como dificuldade de sair da cadeira, de iniciar o caminhar, parece que o paciente está congelado, lento. No que diz respeito à toxina botulínica, a especialista lembra que em 1989 foi publicado trabalho mostrando que ela podia ser usada no tratamento dos distúrbios de movimento, especificamente nos casos de espasticidade. 

Geralmente as contrações dos músculos acontecem quando é liberada pelos nervos uma substância chamada acetilcolina. “Apesar disso, a espasticidade ocorre pela falta de controle da modulação muscular, devido à lesão na medula ou no cérebro. A toxina não age no cérebro nem na medula, mas faz com que não libere acetilcolina ou libere menos essa substância. É uma ação não na causa da doença, mas que ajuda no controle”, explica. E complementa dizendo que, em geral, o portador de espasticidade precisa de um programa de fisioterapia. Além disso, a aplicação de toxina botulínica exige precisão e conhecimento profundo de anatomia. De acordo com a especialista, o cuidado de ambos os sintomas deve ser o mais precoce possível e, de preferência multidisciplinar, isto é, envolvendo o médico, o paciente, os terapeutas e cuidador. 


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