Parar o Brasileiro não é questão de união, mas de humanidade

Parar o Brasileiro não é questão de união, mas de humanidade

Jogar futebol neste momento é sugerir que estamos vivendo na normalidade. Jogar futebol neste momento seria uma traição

Hiltor Mombach

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O BRASILEIRO DEVE PARAR?
Já deveria ter parado. Juntos, Grêmio e Inter têm 250 mil sócios. Juntos, possuem milhões de torcedores. Milhões destes torcedores estão desabrigados, passando fome e frio. O Rio Grande do Sul está sepultando seus mortos pela enchente.
Jogar futebol neste momento é sugerir que estamos vivendo na normalidade. Jogar futebol neste momento seria uma traição. Futebol não é feito apenas de jogadores. Juntos, Inter e Grêmio contam com mil funcionários.
Ajudar com PIX, roupas e alimento é uma obrigação. Como também é obrigação de todos mostrar empatia num momento de tanta dor. É constrangedor ver que os demais 17 clubes que disputam o Brasileiro da Série A ainda não lançaram nota de solidariedade pedindo que a CBF adie todo o Brasileiro até que seja restabelecida alguma normalidade no RS.
É constrangedor e vergonhoso ver como se pensa apenas no próprio umbigo. É um soco na cara de quem está sofrendo.
Amigos, o futebol perto do que estamos vivendo tornou-se perfumaria. Futebol é algo para ser praticado em tempos de normalidade. Que chance os clubes estão perdendo de demonstrar humanidade! Não estou falando em demonstrar união, porque os clubes jamais foram unidos, e a divisão das Ligas escancara isto. Estou falando em humanidade.
DOIS LADOS
É comovente e nos enche de humanidade ver o trabalho dos volunários. É ver e chorar.
Porém, isto não pode nos fazer esquecer deste trecho retirado do UOL.
"Prefeitura de Porto Alegre não investiu um real sequer em prevenção a enchentes em 2023. A situação ocorre mesmo com o departamento que cuida da área tendo R$ 428,9 milhões em caixa. Os dados foram retirados do Portal da Transparência de Porto Alegre. A Secretaria Municipal de Comunicação, da gestão de Sebastião Melo (MDB), argumentou que o gasto não é zero porque investiu em outras áreas que também impactam na prevenção às cheias".


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