Conferência Nacional Extraordinária: em curso, a reconstrução da Educação brasileira

Conferência Nacional Extraordinária: em curso, a reconstrução da Educação brasileira

Governos que reduziram os recursos, desrespeitaram a gestão democrática

Sofia Cavedon

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Será em Brasília, nestes 29, 30 e 31 de janeiro, a Conferência Nacional de Educação (Conae), que reunirá 2 mil delegados e delegadas oriundos dos Encontros Municipais e Estaduais que ocorreram em todo o Brasil em 2023. Coordenados pelo Fórum Nacional da Educação – recomposto em março de 2023 pelo governo Lula, voltando a ser representativo de todos os segmentos e instituições educacionais públicas e privadas – em cada canto do país, os Fóruns Estaduais e Municipais realizaram o processo que deliberou conteúdo e garantiu representação de todos os segmentos – mães e pais, professores, funcionários, gestores e estudantes na avaliação e projeção da educação brasileira para a próxima década. 

A delegação do Rio Grande do Sul tem 80 representantes e vai levar a grande unidade que marcou a nossa conferência estadual, reafirmando a gestão democrática, a valorização dos e das profissionais da educação, a voz dos e das estudantes, o investimento, a inclusão e a diversidade para uma educação com qualidade social. 

Não é, infelizmente, retrato do que vivemos no Estado, mas do sonho que projetamos coletivamente. Várias moções foram aprovadas, repudiando os ataques à autonomia pedagógica, à soberania do Conselho Estadual da Educação, as imposições curriculares do governo Leite. Também na defesa do concurso público, no respeito à carreira com salários e aposentadorias dignas. Aqui, o governo insiste em impor medidas que contrariam as deliberações coletivas. Vem para o jogo, mas não aceita e não respeita o resultado.

Não queremos para os novos Planos Nacional, Estaduais e Municipais o mesmo destino dos atuais, onde 80% das metas não foram cumpridas por governos que contrariam a visão coletiva da educação, legitimada em conferências democráticas e participativas: governos que reduziram os recursos, desrespeitaram a gestão democrática, impuseram meritocracia e padronização através do gerencialismo de resultados, naturalizando fracasso e exclusão, negando a diversidade, a liberdade e a democracia como valores a serem praticados e aprendidos pela educação. 

Vamos à Brasília, apostando no novo tempo para a educação brasileira, buscar todas as condições para garanti-la de qualidade para cada brasileiro e brasileira e instrumento da construção da soberania nacional, da justiça e da paz. 


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