Doutor Breno Caldas

Doutor Breno Caldas

João Altmayer Gonçalves

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Recente artigo de Jaime Cimenti trouxe nota do jornalismo de Breno Caldas e o século XX. Comenta o livro “Breno Caldas: a Imprensa e a Lenda”, AGE Editora, de Tibério Vargas Ramos, professor de jornalismo na PUC-RS. Estes dois profissionais me motivaram a escrever estas linhas.

Quando menino, em nossa casa, o chamávamos de “Tio Breno...”. Razão do convívio dele com meus pais, Helga Altmayer Gonçalves e Paulo Annes Gonçalves. Pai foi seu braço direito em seus assuntos rurais. Iniciou em 1945, escrevendo notas agropecuárias dos EUA. onde, como engenheiro agrônomo, estagiava como bolsista a convite daquele país. Esta folha rural com o tempo evoluiu para o suplemento rural, encarte do Correio do Povo às sextas-feiras. Pai dirigiu este suplemento até o encerramento da Cia Caldas Junior. Era auxiliado por Júlio Duarte, Santos Vidarte, Geraldo Kessler, Noeli, são os que lembro. Na fotografia lembro Blagoi e Planella, os quais acompanhavam meu pai em feiras e exposições rurais no interior do Estado. Algumas viagens os acompanhei, de início em jipes e após em Kombis, entre 1960 e 1970. Helga colaborava com a coluna “Receitas Provadas”, com comidas de origem alemã. Outra colaboração de Paulo ao tio Breno se dava na sua estância na Ponta do Arado, adiante do Lami. Realizava a tatuagem e seleção de seus futuros reprodutores da raça Devon, bovinos de origem inglesa.

Na área do iatismo, assisti com Helga e meu irmão Carlos a partida do veleiro Aventura, de tio Breno, inscrito na clássica regata de oceano Buenos Aires/Rio de Janeiro. Nesta tripulação, estava Gastão Altmayer, velejador. Partiram da Ponta do Arado. Dr. Breno teve bons e fiéis colaboradores, os quais muito contribuíram ao sucesso de seu jornal. Há alguns anos foi publicado livro escrito por Walter Galvani, sobre a Cia. Caldas Junior, ele também seu colaborador.

Outra colaboração de Paulo foi a publicação do Almanaque do Correio do Povo, brinde aos assinantes no final do ano. Assim Dr. Breno teria pedido: “Paulo, assuma e toca o nosso Almanaque...”. ao que Paulo teria respondido:” Breno, sou da área rural...”. E Dr. Breno retrucou: “Tens cabeça e conhecimento... toca um ano ou dois, se não gostares, me informa!”. E pai assumiu o tal Almanaque por duas décadas. Mas esta é outra história.

Espero ter contribuído com os escritores acima e que fiquem as boas lembranças destas pessoas que participaram do jornalismo gaúcho e nacional.


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