"A Matriarca" (Juniper)

"A Matriarca" (Juniper)

Filme com referências autobiográficas apresenta neto tendo de cuidar sua avó resmungona e alcoólatra

Chico Izidro

Charlotte Rampling ganhou o Prêmio de Atriz no BIFEST - Bari International Film Festival, por sua atuação em "A Matriarca"

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Filmes onde duas pessoas completamente diferentes que aos poucos vão encontrando afinidades não é incomum no cinema. E "A Matriarca", direção de Matthew J. Saville, está nesta linha. Porém, devido a atuação de seus intérpretes, principalmente a magistral atriz inglesa Charlotte Rampling, a obra consegue escapar de armadilhas e clichês.
Charlotte interpreta Ruth, uma antiga correspondente de guerra, que está aposentada, vivendo praticamente reclusa no interior da Inglaterra. E ela sofre um acidente, que a impede de se locomover. E ela só encontra refúgio em suas bebidas. Até que seu neto, Sam (George Ferrier), é expulso da escola e é levado pelo pai para a residência da família, onde se depara com aquela velha mandona e rabugenta. E a missão do garoto é cuidar de Ruth. No começo, muita animosidade entre ambos.
Porém, aos poucos o jovem rebelde e a velha ranzinza vão se entendendo, e passando a compreender um ao outro. As suas vidas acabam se transformando. "A Matriarca" acaba sendo um filme muito terno, e quem teve uma avó ou tia com quem não se identificava, até passar a conviver com ela, vai se ver ali.
O diretor e também roteirista Saville, conta que partiu de experiências pessoais para criar esse seu primeiro longa. “Quando eu tinha 17 anos, minha avó alcoólatra quebrou a perna e se mudou da Europa para morar na Nova Zelândia, na casa de sua família", recordou. "Ela viveu uma vida incrível, esteve na Espanha durante a Guerra Civil Espanhola, enfrentou a África e bebeu gim suficiente para conservar um elefante. Na verdade, quando a conheci, ela bebia dois terços de uma garrafa de gim todos os dias. Ela era afiada, charmosa, engraçada e rude. Ela levou todos nós às lágrimas, mas também às gargalhadas”, contou.
Ruth é, em tese, a sua própria avó transposta para a telona. Saville acrescenta que partiu dessas experiências e de seu relacionamento com a avó para criar um filme que “trata de alguns dos temas mais fortes a que somos confrontados como humanos: vida, amor, morte, tristeza, vergonha e nossa própria mortalidade. Este é um filme sobre a escolha que fazemos como humanos de viver e morrer, como lidamos com a dor e como aceitamos vida. Embora os temas sejam sombrios, seu tom é cômico e o drama não tem nada de sentimentalismo”, completou.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=LaY1xPIrm4w
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