Virando a página

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Tenho orgulho de pertencer a um grupo que lutou para garantir o seu espaço, tanto na cultura, nas ciências, na política. Urge seguirmos lutando, pois a sociedade tende a nos reduzir a simples objetos.

Alina Souza

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Lá pelos meus cinco anos, eu não queria ser mulher. No meu imaginário, ser mulher era cuidar para não se sujar. Curiosa e inquieta, eu gostava de mato e aventura. Demorei para entender que poderia ser mulher sendo forte e destemida ao mesmo tempo. Entender que as mulheres não eram sinônimo de fragilidade; muito pelo contrário, necessitavam vencer preconceitos cotidianamente. Superei minha própria visão distorcida e hoje glorifico o feminismo. Tenho orgulho de pertencer a um grupo que lutou para garantir o seu espaço, tanto na cultura, nas ciências, na política. Urge seguirmos lutando, pois a sociedade tende a nos reduzir a simples objetos. Não gosto que, no Dia da Mulher, sejamos retratadas com ênfase nas unhas pintadas, na maquiagem e outros aspectos ligados à aparência. Autocuidado é bom, mas nossos objetivos não giram apenas em torno da beleza. Buscamos livros, conhecimento e tantas outras consistências e conteúdos. Cultivamos a valentia de expandir pensamentos, enveredar no campo das descobertas, ainda que espinhos firam a nossa pele e armadilhas estraguem a nossa roupa. Não é isso que importa. Importa seguir adiante, mesmo quando subestimam nosso alcance.


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