A morte do pênalti

A morte do pênalti

Amigos, eis o acontecimento: Lucas Piton segurou a bola embaixo do braço como quem vai levar a gorducha para casa.

Hiltor Mombach

Lucas Piton segurou a bola embaixo do braço como quem vai levar a gorducha para casa

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Amigos, eis o acontecimento: Lucas Piton segurou a bola embaixo do braço como quem vai levar a gorducha para casa.
É minha, ninguém tasca, eu vi primeiro!

Lembrei da minha infância, de como carregava a pelota até o campinho que havia nos fundos de casa.

Que fez o juiz?
Chamado pelo VAR, esbofeteou a regra.
A novidade do momento é que árbitro agora fala.
Ao falar, o assoprador de apito decretou o fim do pênalti.
Sim, assassinou e sepultou.

Eis a sentença: "A bola bate acidentalmente no braço do jogador".
Era possível ver as expressões estupefatas da multidão vascaína.
Diante do pênalti sonegado, esta explodiu num êxtase que misturou alívio e incredulidade.
Alguém já disse que o árbitro é o único ser inamovível, inexpugnável. Diante dos justificáveis urros dos gremistas, seguiu apitando como quem vai catar pitanga.

Caríssimos leitores, até bola raspando na mão com o jogador de costas era pênalti. Tudo era pênalti.
A novidade é que temos agora o pênalti acidental.
Ora, 99% das penalidades são acidentais.
O pênalti como eu conheci morreu.
Mataram o pênalti.


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