Cannes para brasileiros

Não é de hoje que o Brasil está presente nas listas do Festival Internacional de Cinema de Cannes. Na principal e nas paralelas. Já na consagração maior ainda há espaço para uma maior participação nacional. O último brasileiro a ser consagrado no certame principal em Cannes foi “Bacurau“, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, em 2019, que levou Prêmio do Júri. Neste 2024, um dos garantidos em Cannes é "Motel Destino", do elogiado diretor Karim Aïnouz, que participa da competição principal em busca da Palma de Ouro. Ano passado, Aïnouz esteve na mesma categoria com "Firebrand" (2023) e, em 2019, venceu a mostra "Un Certain Regard" com "A Vida Invisível". Ele anda feliz. Nos falamos no Festival de Berlim deste ano. Mas a empreitada desta edição não vai ser fácil para o brasileiro. Ao lado de pesos pesados como Francis Ford Coppola e seu aguardado "Megalopolis", são 19 filmes anunciados para a mostra competitiva, quatro deles dirigidos por mulheres. Todos potentes produções que disputarão a Palma de Ouro, em uma edição que promete momentos de muita emoção.

Além da obra de Aïnouz, o filme "Baby", do diretor mineiro radicado em São Paulo Marcelo Caetano foi selecionado para a 63a Semana da Crítica, mostra paralela do festival francês. É a estreia mundial do longa-metragem, que é o segundo dirigido por Caetano. "Baby" está no crescente campo da coprodução oficial. Neste caso Brasil, França e Holanda. Organizada pelo Sindicato Francês de Críticos de Cinema, a mostra competitiva reúne sete filmes de diretores de primeiro e segundo longa, escolhidos entre mais de 1000 inscritos. Festejamos também outra indicação em Cannes 2024. O documentário brasileiro "A Queda do Céu", dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, foi selecionado para ser exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. A produção é ambientada na região da Amazônia e dialoga com preocupações mundiais. Agora é aguardar o que acontece em Cannes, nesta 77ª edição, de 14 a 25 de maio.