As prefeitas do Rio Grande do Sul

As prefeitas do Rio Grande do Sul

São apenas 38 municípios do Estado que contam com gestoras na chefia dos Executivos. O Correio do Povo detalhou o perfil das prefeitas gaúchas e buscou conhecer suas trajetórias e o que pensam essas mulheres

Por
Flávia Simões e Mauren Xavier

Brancas, casadas, com idade entre 51 e 60 anos e com formação superior. Esse é o perfil médio das 38 prefeitas que foram eleitas a partir das eleições de 2020 no Rio Grande do Sul. Representarem menos de 8% do total de gestores municipais no Estado, elas têm características similares e, mesmo de regiões distintas, compreendem a relevância de estarem nos cargos mais importantes de suas cidades e de serem um exemplo para as novas gerações. Com trajetórias diferentes, enfrentam, em sua maior parte, barreiras por serem mulheres a ocuparem o espaço de poder. Para detalhar o perfil, o Correio do Povo, ao longo do mês de março, buscou conhecer as trajetórias e o que pensam as prefeitas gaúchas. 

Alguns fatores, como o perfil político do RS e relação direta entre dinheiro e poder, podem ajudar a entender os números. O primeiro se dá pela tendência dos gaúchos em priorizarem o alinhamento ideológico. Entre as 38 prefeitas, 15 são de partidos mais à direita no espectro político, 13 são de siglas consideradas de centro e três estão em partidos considerados centro-esquerda. “Elegemos Yeda Crusius como uma governadora do PSDB. Nós reelegemos um governador (Eduardo Leite) que assumiu a sua sexualidade. Então pode-se dizer que, enquanto Estado, existe mais uma preferência de filiação ideológica do que exatamente uma questão com o fato delas serem mulheres ou não”, exemplifica Cibele Cheron, pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero e professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). 

Em contraponto, quando a questão envolve os espaços de poder e a produção de riqueza, as mulheres são preteridas. Segundo a pesquisadora, em análise das faixas salariais paga para funcionários da Região Metropolitana de Porto Alegre, homens – brancos e negros – são mais bem pagos. "É algo bem importante de marcar: ao mesmo tempo em que a gente tem uma grande dificuldade de enxergar mulheres nas chefias do Executivo; pessoas negras no Executivo; a gente tem uma grande dificuldade de reconhecer o valor do trabalho das mulheres em geral", explica Cibele. "A gente ainda tem um traço machista para reconhecer o papel que as mulheres desempenham na economia", aponta. A avaliação recebe embasamento nas manifestações das próprias prefeitas, que relataram, durante as entrevistas, terem a sua atuação questionada apenas pelo seu gênero e não por sua capacidade de administração ou de resolução de problemas administrativos, por exemplo. 

Soma-se a esses fatores a limitação das cotas de gênero nas disputas majoritárias, uma vez que a lei que prevê as reservas mínimas de candidaturas e a que destina recursos do Fundo Partidário às candidatas mulheres só se aplicam às vagas ao Legislativo, que são as proporcionais. Além disso, mesmo com esses reforços legais, ainda há propostas que questionam ou que buscam revogar essas medidas em tramitação na Câmara dos Deputados. Em outras situações, as candidaturas femininas são vistas apenas para o cumprimento das exigências, não sendo efetivamente estimuladas ou mesmo reconhecidas por algumas siglas. Sobre as cotas, a prefeita de Minas do Leão, Silvia Lesk (PP) chegou a fazer uma provocação: "Não sou favorável às cotas para mulheres, sabemos que o percentual ainda é pequeno, então, que seja 50% a 50%". Segundo ela, assim se terá um "patamar de igualdade", porque a lei atual é desigual, prevendo que no mínimo 30% das candidaturas sejam de um gênero. 

Apesar disso, no pleito do próximo ano, se não aumentar o número de eleitas, há esperança de que pelo menos o número de candidatas cresça. Isso porque essa será a primeira eleição municipal com as leis que determinam punições à violência política de gênero em vigência. Esses casos, como relatados pelas próprias prefeitas, não chegam a ser decisivos para saírem da vida pública. Porém, muitas reconhecem o impacto e o desgaste que representam nas suas trajetórias e atividades. “A gente quer crer que venha funcionar e que seja efetiva, que vai inibir a violência política de gênero. Isso pode funcionar melhor para que as mulheres tenham um pouco mais chance de serem eleitas. Manuela D'Ávila teve mais de 500 fake news veiculadas contra ela durante a corrida eleitoral de 2020 [na eleição de Porto Alegre]. Isso é bastante desestimulador para qualquer mulher que queira concorrer”, afirma a pesquisadora. 

Precisamos de equilíbrio para que os interesses das pessoas estejam mais bem representados nas esferas de decisão", Fátima Daudt (MDB), prefeita de Novo Hamburgo

Todas as 35 prefeitas que responderam ao questionário responderam positivamente sobre a importância das mulheres na política e do aumento dessa presença nos locais de poder. "Para mim, é uma questão de representação. Somos mais da metade da população, mas ainda poucas na política. No Estado, por exemplo, somos apenas 38 prefeitas entre 497 municípios. Nas câmaras municipais e assembleias legislativas, em geral, somos no máximo 15% dos parlamentares. Isso ainda é muito pouco. Precisamos de equilíbrio para que os interesses das pessoas estejam mais bem representados nas esferas de decisão", afirma Fátima Daudt (MDB), prefeita reeleita de Novo Hamburgo, que é a segunda maior cidade do Estado comandada por uma mulher.

Assim como Fátima Daudt, boa parte das atuais prefeitas são pioneiras, uma vez que elas ocupam pela primeira vez o comando da gestão nos seus municípios. Como é o caso da prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto (MDB), que é a primeira a assumir o cargo em 200 anos de fundação do município. “Quero poder ser um exemplo positivo na formação de novos líderes, principalmente no empoderando de jovens e mulheres”, cita. Na mesma linha, a prefeita de Muitos Capões, Rita de Cassia Campos Pereira (União Brasil), defende a conscientização do eleitor, “que não se deve votar por seu homem ou mulher, mas por acreditar nos seus projetos e a mulher é capaz."

A questão é que a atuação dessas mulheres no comando dos seus municípios promove, inevitavelmente, um movimento de abertura. “Existe um resultado que nem sempre é o desejado, mas acaba acontecendo: sempre que uma mulher ocupa espaços de poder, ela acaba tornando mais plausível, mais factível para outras mulheres ocuparem esses espaços”, salienta a pesquisadora. Entre as gestoras municipais, essa percepção é real. “Normalmente quando grupos de crianças visitam a prefeitura, vejo algo diferente no olhar das meninas. É uma possibilidade que está aberta”, afirma a prefeita reeleita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB). 

 “Existe um resultado que nem sempre é o desejado, mas acaba acontecendo: sempre que uma mulher ocupa espaços de poder, ela acaba tornando mais plausível, mais factível para outras mulheres ocuparem esses espaços”, Cibele Cheron, pesquisadora na área de política e gênero

Um exemplo é o aumento de prefeitas eleitas de 2016 para 2020 no Rio Grande do Sul: 19%. Mesmo que singelo, é um avanço que elevou a porcentagem de mulheres entre os eleitos, saindo dos míseros 3,53% e chegando nos 7,4%. Os números ganham um significado a mais quando refletem na realização de políticas públicas e no incentivo à participação feminina na política. “Temos que ter mais representatividade, para que políticas públicas para mulheres sejam pensadas e executadas por nós, que sentimos, no dia a dia, todos os desafios de ser mulher, mãe e profissional”, exemplifica Márcia Tedesco (PTB), prefeita de Balneário Pinhal. Na mesma linha, a prefeita de Fortaleza dos Valos, ressalta a importância da ocupação dos espaços por mulheres. "Vencer nas urnas é vencer o preconceito que ainda existe. Precisamos lutar por mais mulheres na política que defendam a economia, o agro, os animais, a indústria, seja qual for sua bandeira. Mas precisamos estar na política, participar e encorajar outras mulheres. Ter e exercer a sororidade. Porque sim, estamos prontas para a política, e nela, a todos os outros desafios que surgirem", reforça.

 

Diversos caminhos até a política: do acaso ao planejamento 

A ampliação da presença feminina na política tem recebido intensa e crescente atenção, apesar das resistências, como os casos de violência política e discriminação. Ao avaliar a trajetória das prefeitas e como elas chegaram ao comando das cidades é possível compreender a complexidade desse processo.

Foi o “acaso” que fez com que Paula Mascarenhas (PSDB) começasse sua trajetória política que a levou ao comando de Pelotas, uma das maiores cidades do Estado. “Atravessou o meu caminho”, resume, ao recordar quando participou de um evento, há alguns anos, do então prefeito de Pelotas, Bernardo de Souza, e ficou impressionada. Ali começou trajetória que a fez passar por atividades administrativas na Assembleia Legislativa e depois na prefeitura. Antes de assumir o comando da cidade, em 2016, Paula foi vice de Eduardo Leite (PSDB), atual governador do Estado. “Minha presença (na prefeitura) foi simbólica. Mostra que aquele também é lugar de mulher.”

A médica Teresinha Marczewski Zavaski (MDB) relutou para ingressar na política e, na primeira disputa, conquistou a prefeitura de Alegria, cidade de cerca de 4 mil habitantes na Fronteira Noroeste. “Muitas vezes reluto sobre a política. Agora, nesse meio, estou bem assessorada e faço o possível e o impossível”, conta ela que, antes de concorrer, sequer sabia que estava filiada a um partido político. Em parte, ela aponta seu sucesso político à profissão. “Sou obstetra. Estou aqui há 37 anos. Então, imagina quantos desses partos que eu fiz que eu recebi votos. Tenho esse vínculo. Tem uns que me chamam de mãe até hoje, avó e por aí vai”, brinca. 

À frente de Liberato Salzano, a prefeita Juliane Pensin (PP) também entrou na política “por um acaso”. Com mais de duas décadas com atuação na área da saúde, o seu nome começou a ser cogitado no partido. “Enfim, chega um momento que tu não tens mais como dizer que não”, relembra, que saiu vitoriosa já no primeiro pleito, em 2020. 

No caso de Silvia Lesk (PP), prefeita de Minas do Leão, na região Carbonífera, o caminho foi similar, mas pelo reconhecimento do seu trabalho na área da educação como diretora e secretária municipal. Sua possível indicação na disputa ganhou força após ser citada em uma pesquisa interna. “Eu não era nem filiada. Mas houve, então, toda uma mobilização para que eu fosse (candidata)”, relembra. Silvia elegeu-se em 2012, pela primeira vez, e novamente em 2020.

“Enfim, chega um momento que tu não tens mais como dizer que não”, Juliane Peson, prefeita de Liberato Salzano

Na mesma linha, Marlí Lourdes Oppermann Weissheimer (PTB) credita a sua atuação como diretora de escola ao surgimento do interesse de um grupo partidário em seu nome. Ela reconhece que inicialmente não percebia na vida pública uma forma de tratar de questões sociais. Após concorrer e participar, está no seu terceiro mandato à frente da prefeitura de São Vendelino. A atuação como diretora de escola também trouxe visibilidade para Sirlei Teresinha Bernardes Da Silveira (PSB), que foi convidada a concorrer e elegeu-se vereadora e, depois, prefeita de Taquara. 

Uma trajetória de duas décadas como secretária e vereadora fez com que o caminho de Carla Cristine Wittmann Chamorro (PTB) fosse o comando da prefeitura de Morro Reuter. Inclusive, o seu desempenho, fez com que a reeleição viesse em 2020, pleito em que foi a única candidata. “Chegar a esse cargo foi consequência da dedicação à educação que começou em sala de aula e seguiu como secretária de Educação, cargo que me deu visibilidade política.” 

Marilda Borges Corbelini (MDB) entrou na política a partir da insistência de um amigo para que atuasse como secretária de Indústria e Comércio de Soledade, cidade com mais de 30 mil habitantes. Após, o convite foi para concorrer ao cargo majoritário, a qual saiu vitoriosa como vice, em 2016, e, depois, como prefeita de Soledade, em 2020. 

Sem trajetória política, a delegada de polícia Ana Luiza Moura Tarouco (PL) iniciou sua caminhada também a partir do convite de um amigo para representar uma nova perspectiva na gestão de Santana do Livramento. “Também pela convicção de tudo que eu agregava e agreguei ao longo da minha carreira pública como servidora pública há mais de 20 anos. Tudo isso poderia ter uma boa desenvoltura na gestão do município”, comentou, relembrando que saiu vitoriosa já na primeira disputa.

“Em municípios do Interior, você atende muitas pessoas no gabinete. Você conhece cada um, tu sabes que a política no Interior é diferente de outros municípios maiores.”, Loraci Klippel Melo Germann (PP), prefeita de Três Forquilhas

Com passagens por funções de assessoramento político, Carina Patrícia Nath Corrêa (PP) percebeu que em cargo eletivo poderia “fazer mais” para a comunidade. “Conhecendo bem a gestão pública, pude dar início a ampla modernização administrativa”, resume ela, que está no comando de Sapiranga, cidade com 80 mil habitantes na Região Metropolitana. A atuação na área da saúde e a presença de familiares na política foram pontos que contaram para Loraci Klippel Melo Germann (PP) traçar sua trajetória, elegendo-se vereadora, em 2008, e depois prefeita de Três Forquilhas, em 2020. “Em municípios do Interior, você atende muitas pessoas no gabinete. Você conhece cada um, tu sabes que a política no Interior é diferente de outros municípios maiores.”

Diversos caminhos até a política: fazer a voz das mulheres serem ouvidas

Outras prefeitas compreendem as suas atuações como uma forma de fazer a voz das mulheres ser ouvida. “Nós, mulheres, chefes de família e profissionais, enfrentamos muitos desafios e precisamos participar da política para que nossa voz seja ouvida”, afirma Marcia Rosane Tedesco de Oliveira (PTB), prefeita em segundo mandato de Balneário Pinhal, no Litoral. Já algumas, ingressaram exatamente para mudar situações que encontravam no dia a dia de suas atuações. “Conheci situações muito delicadas na comunidade e que como conselheira (tutelar) não conseguiria auxiliar de forma mais efetiva. Foi quando decidi concorrer ao cargo de vereadora em 2004”, relembra a prefeita de Bom Jesus, Lucila Maggi (MDB). Trajetória similar foi a da prefeita de Campos Borges, Cleonice Pasqualotto Toleto (MDB), que, como servidora pública, conhecia os problemas locais e que na política passaria a ter mais condições de enfrentá-los. Reeleita prefeita de Sinimbu, Sandra Marisa Roesch Backes (União Brasil) também acredita que as mulheres têm habilidades diferenciadas para fazer a diferença quando estão em um cargo eletivo. 

 "[A mulher] consegue apreciar e avaliar a gestão de forma mais acolhedora e sempre com o olhar para futuros projetos", Juliane Maria Bender, prefeita de São Lourenço do Sul

Para a prefeita de Fortaleza dos Valos, Marcia Rossato (PP), as mulheres quando estão na política precisam ser o “melhor exemplo para que outras mulheres se desafiem e participem", uma vez que ainda são minoria. À frente da prefeitura de Santa Maria do Herval, Mara Susana Schaumloeffel Stoffel (PDT) também se vê com a responsabilidade de impulsionar outras mulheres a entrarem na vida pública. A posição é a mesma da prefeita de São José do Norte, Fabiany Zogbi Roig (União Brasil), que considera sua presença como mulher no comando da cidade uma maneira de "combater preconceitos e condições de desigualdades". Para a prefeita de São José do Sul, Juliane Maria Bender (PSD), a mulher na política consegue dar um olhar diferente às gestões administrativas. "[A mulher] consegue apreciar e avaliar a gestão de forma mais acolhedora e sempre com o olhar para futuros projetos", avalia. 

Compreender a política como um potencializador de mudanças foi a motivação de Fátima Daudt (MDB) para concorrer pela primeira vez à prefeitura de Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. A estreia foi exitosa, sendo eleita e reeleita, quatro anos depois, com mais de 45% dos votos. "Hoje, no sétimo ano como prefeita, vejo a transformação positiva que nossa gestão tem feito na cidade e que vamos deixar de legado para as futuras gerações. A política me fascina porque permite atuar para mudar as coisas para melhor", resume. Na mesma linha, o contato com as mudanças que a política pode proporcionar, quando esteve como primeira-dama, foi um fator importante para que Helena Hermany (PP) entrasse de vez na política. "Nunca decidi, tudo foi acontecendo", recorda ela sobre sua trajetória, que foi de vice-prefeita por duas vezes e, em 2020, elegeu-se no cargo majoritário. Na função, considera como seu perfil unir o econômico e o social a favor do desenvolvimento da cidade. Uma resposta do êxito é o legado que tem trabalhado na cidade, com obras relevantes e de impacto de longo prazo. 

"Para fazer algo diferente" é a forma como Isabel Corete Joner Cornelius (MDB), que elegeu-se na sua primeira disputa eleitoral como prefeita de São Pedro da Serra, cidade com quase 4 mil habitantes, define o seu ingresso na política. A possibilidade de fazer as coisas diferentes também foi o empurrão que levou Flaviana Brandemburg Basso (MDB) a disputar e vencer a eleição de 2020 e se tornar a primeira mulher prefeita de Pejuçara. "Minha decisão deu-se nos últimos minutos da prorrogação, quando concorremos com chapa única, sem coligação e fizemos a maior diferença de votos que o município já teve", relembrou. O sentimento de transformar e trazer novas alternativas à cidade embasou a decisão de Vânia Brackmann (PDT) de concorrer pela segunda vez à prefeitura de Poço das Antas e ser eleita.

"É através da política que podemos transformar a sociedade", Paula Librelotto, prefeita de Cruz Alta

Acreditar que poderia auxiliar no desenvolvimento de São Pedro do Sul fez com que Ziania Maria Bolzan (PTB) ingressasse na política, sendo eleita vereadora, vice-prefeita e, então, prefeita na última eleição. Foi o exemplo dentro de casa, com o pai e o marido exercendo cargos políticos, que fez com que a prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto (MDB), decidisse sair "da sua zona de conforto" e ingressasse na vida pública. "É através da política que podemos transformar a sociedade", resume. A cidade, no noroeste do Estado, vive, inclusive, um momento único, em que os principais cargos de poder, como a presidência da Câmara, é ocupada pela vereadora Valéria Gomes de Bortoli (PP). 

O caso da prefeita de Muitos Capões, Rita de Cassia Campos Pereira (União Brasil), também começou pela influência dentro de casa, em função da atuação do esposo, que participou da emancipação da cidade e atuou como vereador. "Comecei a acompanhá-lo nas reuniões de partido e nas campanhas políticas e, além disso, acredito também que foi o meu vínculo com a comunidade escolar, pois sou professora municipal e estadual.”

Foi a partir da vivência ao lado do esposo Dalmo Dias de Oliveira, prefeito em Rio dos Índios, por duas vezes, que Adriane Perin de Oliveira (PP) começou a ter mais contato com as atividades sociais, aumentando a sua visibilidade, o que resultou em um convite para concorrer na cidade de Nonoai. Ali, disputou a primeira eleição, em 2020, na qual saiu vitoriosa. 

Acompanhar as atuações políticas da família, o pai foi vereador três vezes e a mãe duas, fez com que Márcia Rodrigues Presotto (PTB) seguisse o mesmo caminho para "fazer a mudança". Após ser eleita duas vezes vereadora, concorreu e foi eleita prefeita de Novo Barreiro, em 2020. A política em casa também impactou na trajetória de Gisele Caumo (PTB), que está à frente da prefeitura de Santa Tereza. “Cresci ouvindo falar em política, pois meu pai foi subprefeito no período de 1983-1986 e participou ativamente do movimento de emancipação política, exercendo a função de secretário de Obras na primeira gestão municipal.” Situação similar vivenciaram as prefeitas de Santo Augusto, Lilian Fontoura Depiere (União Brasil), e de São José Do Hortêncio, Ester Elisa Dill Koch (PL), que começaram a participar da política a partir do envolvimento dos seus pais. Além disso, Lilian traz na bagagem ter sido escolhida, com 10 anos, prefeita-mirim.

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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895