Os primeiros 100 dias de Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira

Os primeiros 100 dias de Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira

Técnico teve apenas dois jogos neste período, mas conseguiu resultados importantes, contra Inglaterra e Espanha

João Paulo Fontoura

Em seus dois primeiros jogos, vitória contra a Inglaterra e empate com a Espanha

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A questão depende do ponto de vista. Em 100 dias completados hoje no cargo mais visado do futebol brasileiro, foram apenas dois jogos, um único time repetido e nenhuma derrota. Se Dorival Júnior está longe de recuperar o prestígio da Seleção Brasileira, pelo menos deu sinais de parecer estancar uma espécie de sangria moral pela qual passava a “Seleção mais vencedora do planeta”, como ele mesmo disse em sua apresentação, no dia 11 de janeiro. Passada a prova de fogo do batismo contra camisas pesadas de Inglaterra e Espanha, o próximo desafio é a Copa América.

O treinador é um dos ingredientes do "suco de CBF" desde a saída de Tite após a Copa do Mundo do Catar em 2022. O longo período de vacância da função teve Ramon Menezes como interino e Fernando Diniz, em condição semelhante, sem o respaldo para treinar os jogadores mais caros do mundo. Dependesse de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, Carlo Ancelotti seria o técnico do Brasil. Mas talvez o italiano não tenha trocado o Real Madrid pela Seleção justamente por ter visto com quem negociava. Fato é que 2023 foi um dos piores anos da história da Canarinho.

"O principal mérito de Dorival foi simplificar e isso é positivo. Sem muito requinte conceitual, algo que não funciona em curto prazo, organizou a Seleção de uma forma mais fácil de os atletas assimilarem de maneira imediata. Com isso, mais nomes certos, boas convocações, resgatou algo que faltou em 2023: competitividade. Além disso, os novos convocados, como Fabrício Bruno e Beraldo, corresponderam. Acho que o caminho é começar com essa simplificação e entender que é preciso competir para que o trabalho transcorra com mais tranquilidade", analisa Carlos Guimarães, comentarista da Rádio Guaíba.

Expectativa ainda pelo aproveitamento de Neymar

Dentro de campo, pelo menos contra Inglaterra na estreia, a expectativa negativa somada ao cenário adverso em Wembley serviram de motivação para que um time sem os principais nomes como Neymar, Casemiro, Marquinhos, Alisson, dentre outros, desse resposta. O 1 a 0, com gol de Endrick, soou emblemático. Dias depois no Santiago Bernabéu, no 3 a 3 com a Espanha, um comportamento parecido e que exigiu mais da equipe. Diante de uma geração espanhola também promissora, houve susto pelo domínio europeu no primeiro tempo. Mas houve de novo reação, novamente passando por Endrick e com Paquetá, peça que seu antecessor Diniz não pôde contar. Assim, como Neymar.

Eis aí um tema delicado no horizonte de Dorival e da Seleção. Ainda em recuperação de uma grave lesão, o craque do Al-Hilal viu seu time na Arábia Saudita, sem ele, bater o recorde de 34 vitórias seguidas. Resta saber quando Neymar voltar como estará o Brasil hoje de Vini Jr, Rodrygo e Endrick, que parece ser o aroma que ficou no ar no começo de trabalho de Dorival nesses 100 dias de trabalho.

Antes disso, porém tem a Copa América nos Estados Unidos. Ele terá amistosos contra México e EUA para preparar o time. O Brasil está no Grupo D com Costa Rica, Paraguai e Colômbia. O torneio começa dia 20 de junho e a estreia brasileira é no dia 24. Depois virão as Eliminatórias da Copa em setembro, justamente o palco onde Diniz ruiu em apenas seis jogos e 185 dias. Não foi muito, mas experimente dizer isso a quem ocupa o cargo.

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