Audiência Pública discute os impactos da instalação do free flow e da alta tarifa para o Vale do Caí

Audiência Pública discute os impactos da instalação do free flow e da alta tarifa para o Vale do Caí

Encontro foi coordenado pela deputada estadual, Sofia Cavedon, através da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização

Fernanda Bassôa

Em Montenegro, segundo Zanatta, empresas já estão deixando a cidade por conta do pedágio

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A cidade de São Sebastião do Caí foi palco de uma audiência pública na noite da última segunda-feira que propôs o debate sobre o impacto da Praça de Pedágio, instalada na ERS 122, junto à população do Vale do Caí. A proposição foi da deputada estadual Sofia Cavedon, que coordenou os trabalhos, através da Comissão de Segurança, serviços Públicos e Modernização do Estado. O amplo debate, que reuniu autoridades e lideranças não apenas do Município, mas também das cidades de Portão, Montenegro e da região no entorno, trouxe à tona a insatisfação da população local sobre a tarifa cobrada (R$ 12,30 tanto para ida como para a volta) e luta pela isenção do pagamento, em especial dos que moram às margens da torre de free flow.

O encontro aconteceu no Centro de Cultura de São Sebastião do Caí, que fico lotado com a participação da comunidade local. A deputada estadual disse que vai exigir do Governo do Estado e da concessionária, a implementação imediata do parcelamento e a isenção das comunidades que são impactadas pela instalação da praça de pedágio.

O prefeito de São Sebastião do Caí, Júlio Campani, foi o primeiro a se manifestar no encontro. “Precisamos ser práticos e objetivos. Nos restam poucos caminhos. Eu nunca me omiti diante deste assunto. Tivemos alguns avanços, mas ainda falta muito. Pedimos que esta tarifa seja mitigada, que seja cobrada pela metade. Fizemos o ajuizamento de uma ação cível pública para obter alguma resposta. Hoje nos restam 3 caminhos. O Judiciário, o aguardo para que o Tribunal de Contas exerça o papel fiscalizatório e encontre possíveis irregularidades na praça de pedágio e o terceiro é o caminho da política, onde há representatividade popular, pois fomos vencidos pela força do Estado.”

O prefeito de Portão, Kiko Hoff, se mostrou indignado com a situação tendo em vista que conviveu com uma praça de pedágio, e um sistema arrecadatório, que separou a cidade e uma população durante anos, causando uma série de manifestações e transtornos. Líder do Executivo da cidade de Montenegro, Gustavo Zanatta, disse que infelizmente existe inviabilidade de comunicação com o Governo do Estado. “Empresas já estão deixando Montenegro por conta do pedágio, por isso entendo que o papel do Tribunal de Contas é importante, assim como do Judiciário. A extensão dos municípios, hoje, são os deputados estaduais que, independentemente de partido se sensibilizem com o cidadão.”

Segundo Zanatta, neste momento o Vale do Caí necessita de apoio dos deputados para evoluir e solicitar ao governador uma revisão de contrato. A rodovia em questão, bem como as torres de free flow são gerenciadas pela Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG). A Concessionário foi procurada, mas ainda não se manifestou. Na próxima terça-feira, 23, as lideranças e comunidades deverão deslocar até Porto Alegre, em caravana, para buscar apoio das deputadas e dos deputados, na Assembleia Legislativa.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895