Câmara de Porto Alegre discute projeto de identificação de cabos nos postes

Câmara de Porto Alegre discute projeto de identificação de cabos nos postes

Projeto de lei obriga empresas fornecedoras de energia elétrica, telefonia, internet, etc, a identificar o seu cabeamento por uma cor única

Correio do Povo

Comissão segue os debates e salienta a importância da retirada dos cabos excedentes

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A Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação (Cuthab) realizou reunião para discutir o projeto de lei que trata sobre a identificação dos cabeamentos da cidade. A proposição da pauta foi do vereador José Freitas (Republicanos), que também é o autor do projeto.

O vice-presidente da Cuthab, vereador Cassiá Carpes (Cidadania), abriu a reunião ressaltando a importância do debate sobre o tema na sociedade, e passou a palavra ao proponente. “Esse é um problema que não é só de Porto Alegre, no país inteiro a gente vê esse excesso de fios nos postes”, apontou Freitas. Ele explicou que o seu projeto obriga as empresas a identificar seus fios por cores diferentes, o que vai facilitar a fiscalização da Prefeitura, para fins de responsabilizar as mesmas pela segurança dos trabalhadores e da população em geral.

O responsável pelas relações institucionais da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), Hélio Oliveira, explicou que os postes da cidade são uma concessão destinada à CEEE Equatorial e, em alguns casos, para as companhias telefônicas. Contou que a Secretaria tem tirado os fios e cabos que caem dos postes e já juntaram 7 toneladas. “Esses cabos não valem mais que um real o quilo”, contou, e garantiu que “não há interesse da Prefeitura em ter receita com esses cabos”.

O diretor de Gestão e Educação Ambiental do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Marcos Salinas, disse que eventualmente eles recolhem os fios. E que, muitas vezes, em caso de troca de fios da rede elétrica, a própria Equatorial “baixa” os fios inoperantes, mas não recolhe.

O presidente da Associação Gaúcha das Empresas de Recicladores (Ager), André Félix, falou que a Prefeitura não dá conta de todo o seu descarte de lixo e que os fios dos postes estão muito ultrapassados, que a CEEE Equatorial é a “dona” dos postes, e “cede” para outras empresas. “As operadoras tem que dar uma resposta para a sociedade. 90% da internet que se usa hoje é fibra ótica”, cobrou.

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Segurança (SMSeg), Gelson Guarda, esclareceu que as secretarias têm uma parceira na tentativa de solucionar o problema e que os fios pendurados nos postes são a maior demanda de reclamações da população. “Não precisa nem subir no poste para tirar o fio. Na frente da nossa Secretaria tem fio caído”, declarou a respeito da facilidade em arrancar os fios dos postes.

Representando a Procuradoria Geral do Município (PGM), o procurador Nélson Marisco salientou que o município não pode entrar na competência que é da União. “A gente tem focado bastante na CEEE Equatorial, por ser a proprietária dos postes, a detentora da concessão dos postes”, mas, segundo ele, o maior problema é com as empresas de telefonia, inclusive gerando uma ação do município para que estas empresas retirassem os fios ociosos. O procurador afirmou que há muita resistência com relação a essas operadoras para retirar os fios.

Nos encaminhamentos, o proponente destacou que o debate continua e que a retirada dos fios dos postes é importante para ter uma cidade mais limpa e organizada. Freitas ainda propôs uma aproximação entre a Prefeitura e a Ager, a fim de tratar sobre o tema.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895