Descarte irregular de lixo, falta de iluminação e de fiscalização preocupa moradores de Cachoeirinha

Descarte irregular de lixo, falta de iluminação e de fiscalização preocupa moradores de Cachoeirinha

Estrada Capistranos, que corta três bairros da cidade, é usada como local de depósito de resíduos; a queima do lixo espalha fumaça tóxica

Fernanda Bassôa

Comunidade caracteriza o local como um verdadeiro lixão a céu aberto

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Trabalhadores e motoristas que precisam circular quase que diariamente entre a Avenida Frederico Augusto Ritter até a ERS 118, utilizando a Estrada Capistranos como acesso principal, na cidade de Cachoeirinha, reclamam da falta de manutenção, más condições de tráfego e especialmente de limpeza do local. A rua é de chão de batido e não tem iluminação, o que dificulta a passagem dos moradores que deslocam entre bairros Jardim Betânia, Chácara das Rosas e Nova Esperança.

Entre as principais reclamações, está o descarte “histórico” e irregular de lixo às margens da via. Papel, plástico, garrafas pet, restos de móveis, galhos, corpos de bichos mortos e eletrodomésticos inutilizados. O montante de resíduos causa um terrível mau cheiro e, segundo a comunidade local, possivelmente existem focos de mosquito da dengue diante de tanta sujeira e descaso do poder público.

O professor Leonardo da Costa caracteriza o espaço como um lixão a céu aberto. “Infelizmente vemos ali um problema cultural, pois não apenas os moradores de Cachoeirinha que fazem o descarte irregular naquela área. As pessoas vêm de Gravataí, de Sapucaia do Sul e de outras cidades da região para depositar resíduos na Capistranos, considerada uma zona periférica. E o pior é que não há nenhum tipo de fiscalização do poder público.” A ausência da presença da Guarda Municipal nas redondezas também aumenta a sensação de insegurança por aqueles que precisam passar pela via.

O motoboy Rodrigo Farias, que usa a estrada como um atalho para chegar mais rapidamente aos seus destinos diários, comenta que com bastante frequência, além de depositar lixo, as pessoas também colocam fogo. “E se espalha aquela fumaça tóxica, preta, no ar. Aquela parte da Capistranos é um local de muito transtorno. O local precisa ser cuidado e fiscalizado. Isso é uma questão de saúde pública. Além disso, estamos vivenciando a questão do aumento de casos de dengue na região como um todo e aquela área é muito propícia para isso, com o acúmulo de água parada em potinhos.” Farias lamenta o descaso da Prefeitura com a questão ambiental.

A Prefeitura de Cachoeirinha informou que a limpeza na Rua Capistranos é realizada a cada 30, 40 dias no máximo. Porém, assim que o lixo é removido, o descarte irregular recomeça. Quanto à fiscalização, o secretário municipal da Segurança Pública, João Carlos Da Luz Diogo, esclarece que o patrulhamento de rotina é realizado normalmente naquela região pela Guarda Municipal, assim como em toda a cidade.

Porém, segundo ele, o descarte irregular geralmente é realizado à noite e nos finais de semana, dificultando os flagrantes. “Quando é feito o flagrante, a GM realiza a abordagem e a identificação do infrator. A Fiscalização Ambiental é acionada para que seja aplicada multa e o infrator é levado à Delegacia de Polícia para que seja registrado o crime ambiental. Alguns flagrantes foram feitos em carroceiros, que recolheram o lixo descartado e o levaram até o ecoponto para descarte adequado.”

Com relação às melhorias no local, a Administração esclarece que a Estrada Capistranos está incluída no lote 5 do programa Pavimenta Cachoeirinha. O edital já foi publicado e a concorrência está agendada para o dia 16 de maio. A previsão é que as obras deste lote comecem em junho. Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Paulo Ricardo Martins, esta será uma das primeiras vias a receber pavimentação asfáltica. Com essa iniciativa, visa-se eliminar o descarte irregular de resíduos.

“Assim, que a Estrada estiver pavimentada, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana realizará a sinalização completa do local. A entrada da Estrada, inclusive, já foi beneficiada com a instalação de um novo sistema semafórico, que possibilitou mais segurança e agilidade no acesso ao local.” Sobre os possíveis focos de dengue, a Secretaria Municipal da Saúde informou que adota alguns critérios para a aplicação de veneno, como o aglomerado de residências e o número de casos de dengue por região. O tipo de resíduo que é descartado na Estrada Capistranos não é do tipo que acumula água. Quando a fiscalização sanitária identifica locais em que há acúmulo de água, solicita imediatamente aos Serviços Urbanos a limpeza do local.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895