Sindimetrô nega que Trensurb siga no plano de desestatização e ameaça votar paralisação

Sindimetrô nega que Trensurb siga no plano de desestatização e ameaça votar paralisação

Sindicato pode deliberar paralisação em assembleia marcada para dia 7 caso promessa de retirada seja descumprida

Felipe Faleiro

Descumprimento da proposta gera impasse entre direção da Trensurb e metroviários, indica sindicato

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Sem definições sobre a retirada da Trensurb do Programa Nacional de Desestatização (PND) por parte do governo federal até o momento, o Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô RS) agendou para o próximo dia 7, às 12h, no pátio da empresa, no bairro Humaitá, em Porto Alegre, uma assembleia da categoria, onde “provavelmente irá ser debatida uma possibilidade de paralisação”, segundo informou a vice-presidente do sindicato, Ana Paula Almada.

“A nível federal, temos um governo que diz ser dos trabalhadores, porém as atitudes do governo Lula não está sendo condizente com seu histórico de lutar pelo trabalhador. Estão mentindo descaradamente a respeito disto. Estamos enxergando um PT que está tentando enrolar o trabalhador”, acrescentou. As convocações para os funcionários da companhia já estão sendo feitas. No dia 6, portanto na véspera, às 14h, na Assembleia Legislativa, será lançada a Frente Parlamentar Contra a Privatização da Trensurb, comandada pela deputada Luciana Genro.

Na semana passada, Ana já havia indicado que os metroviários poderiam deliberar possível greve caso não houvesse a retirada até esta terça-feira. O anúncio da saída da Trensurb, que transporta 120 mil usuários por dia, do antigo programa de privatizações, havia sido feito pelo diretor-presidente da companhia, Fernando Marroni, no último mês de março. “A decisão do governo federal se alinha ao compromisso do diretor-presidente e da atual gestão da empresa com a preservação dos serviços públicos e sua visão estratégica para o fortalecimento da estatal”, registrou a empresa na ocasião.

No entanto, o anúncio por parte do governo federal havia sido feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, no final de maio do ano passado. “Os mais de mil funcionários veem seus futuros ameaçados por um governo sem transparência. Maio se aproxima e as promessas seguem sem se concretizar. Palavras não bastam”, registrou o sindicato em suas redes sociais. A Trensurb havia sido incluída no PND por decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro em setembro de 2019, e sua retirada havia sido uma promessa de Lula após sua posse.

Além do modal metroviário na região metropolitana de Porto Alegre, também busca sair do PND a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), prestadora de serviço similar em Recife/PE. Procurada, a Trensurb, por meio da assessoria da presidência, disse que “quando a Casa Civil efetuar a assinatura, a empresa emitirá uma posição oficial, e a imprensa será comunicada”. Também procurada, a Casa Civil ainda não se manifestou.


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