Prefeitura de Rio Grande anuncia áreas de risco para inundação

Prefeitura de Rio Grande anuncia áreas de risco para inundação

Em transmissão pela internet, o Prefeito Fábio Branco pediu que as pessoas se protejam e saiam de suas casas nas zonas de risco

Angélica Silveira

Parte do centro e da Orla de Rio Grande registra inundação

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Com o nível da Lagoa dos Patos avançando sobre a cidade de Rio Grande e a perspectiva da chegada de todas as águas do rio Guaíba, o Prefeito Fábio Branco realizou uma transmissão pela internet na tarde desta quarta-feira. Ele mostrou através de um estudo realizado pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG) e a Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) onde mostrou segundo as projeções as áreas de risco para alagamentos na cidade. O distrito das Ilhas: Ilha dos Marinheiros; Ilha do Leonídio; Ilha da Torotama e Vila da Quinta, assim como o bairro Cidade Nova, da Avenida Portugal até a Lagoa; Cohab I e II, Buchholz a partir da Visconde de Mauá até a Lagoa); Miguel de Castro Moreira (a partir da Henrique Pancada); Rheingantz até o Saco da Mangueira; Vila Prado. Zona Central: Centro Histórico; Lar Gaúcho; Navegantes Zona Avenida Itália: Trevo e Bernardeth Zona Oeste Orla: São Miguel e São João; Bernardo Taveira até a Lagoa; Recreio e Profilurb; Barão de Santo Ângelo até a Lagoa; Vila Maria dos Anjos Zona Porto Novo: Vila Militar e Santa Tereza Zona Portuária Industrial (Distrito Industrial): Barra (nova e velha) e Mangueira correm risco de alagamento.

Porém, a prefeitura ressalta que os cenários estão sujeitos à mudanças diariamente e serão divulgadas no perfil oficial da Prefeitura no Instagram e facebook . Por volta das 17h30min, o nível da Lagoa dos Patos estava 1,72m (92 centímetros acima do normal). O vento soprava em direção oeste a 29, 9 km/h.

“Desde a semana passada, a FURG que eu quero agradecer ao reitor Danilo Giroldo. Ontem (terça-feira) publicamos o primeiro boletim apresentando o mapa de risco com dados hidrológicos, o nível da Lagoa dos Patos, informações do pico e o que temos de volume de água nos últimos dias que tem desaguado no Guaíba”, disse. Para ele, as zonas mais baixas são as que mais preocupam. “São águas que vem pela drenagem, pelo canalete. O cenário pior é o pico de 41 com mais 40 cm de água. É o mais crítico que nos apontaram como possibilidade. Pode ser isto para menor”, pondera. Para ele não é necessário pânico e sim monitorar a situação a cada momento.

“As pessoas que tenham amigos e parentes de locais mais seguros têm que fazer isto de forma preventiva. Tem locais que serão menos impactados Parque Marinha, Parque São Pedro, Cassino, uma boa parte do Povo Novo”, exemplifica.

O Secretário Municipal de Mobilidade Acessibilidade e Segurança, Anderson Castro afirma que a Prefeitura já organizou um grupo de apoio com a defesa civil para os trabalhos. “Temos grupos de jet sky, um número de pessoas cadastradas, jipeiros, ex-militares, salva vida civil, barcos, bote. Para que ninguém venha fazer ações sem estar chancelado na defesa civil”, solicitou. A Marinha e o Exército apoiam os grupos em caso de salvamentos. A Prefeitura já cadastrou mais de mil voluntários. “Os bombeiros serão a liderança das ações de retiradas de pessoas de zona de risco. Temos uma situação que é incerta para nós nas áreas de risco”, admitiu.

Chuvas

O Prefeito lembrou que as chuvas podem influenciar nos locais de risco em Rio Grande, como por exemplo a Vila da Quinta que não depende da Lagoa dos Patos. “Hoje abrimos um espaço lá, onde recolhemos 20 famílias em função da cheia no Arroio das Cabeças, por causa das chuvas”, relatou. Ele também pediu que as pessoas não deixem seus animais presos. “Temos um outro agravante que é a chuva que vem do Uruguai na Lagoa Mirim e não sabemos o que irá impactar na Lagoa dos Patos”, admitiu. Nos últimos dois dias choveu 300 mm entre Santa Vitória do Palmar e Chuí. “Tem cenários que vamos seguir discutindo. Tempo de duração depende do vento. Vamos nos certificar e poder divulgar os dias e evolução da água”, destaca. O vento hoje é favorável, tanto nordeste como noroeste nos últimos 10 dias para que a água saia.

Na cidade há 21 ruas com bloqueios por causa de inundação. Em sua maioria estão localizadas no centro da cidade que fica ao lado da Lagoa dos Patos. Em Rio Grande há três abrigos em funcionamento, no Esporte Clube Camponês, no Ginásio do Lemos Junior e no Ginásio Wanda Rocha (Cassino). Outros três locais estão prontos e poderão abrigar pessoas caso necessário são a escola João de Oliveira Martins, a EMEF Frederico Ernesto Bucholz e a Quiterense (localidade da Quitéria). A Sociedade Amigos do Cassino, o CAIC da Universidade Federal do Rio Grande/FURG, o Sport Club São Paulo, a AABB também poderão ser usados como abrigo conforme a necessidade. O total de pessoas fora de casa e de 1.500 (principalmente população das ilhas). Destas 343 foram para a casa de amigos e parentes e 1.070 saíram sem o auxílio da Defesa Civil para a casa de amigos e parentes e 87 estão nos abrigos. Todas as escolas com aulas suspensas na cidade.


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