Projeto abriga mais de uma centena de animais vítimas de abandono e maus-tratos da Região Metropolitana

Projeto abriga mais de uma centena de animais vítimas de abandono e maus-tratos da Região Metropolitana

Em dezembro o Raça Pra Quê precisou interromper os resgates em virtude de dívidas; grupo procura padrinhos para auxiliar nos custos do projeto

Fernanda Bassôa

Os animais que chegam debilitados e feridos são cuidados, submetidos a tratamentos e, quando saudáveis, são colocados à disposição para adoção

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O projeto Raça Pra Quê, que há sete anos atua de forma independente resgatando cães e gatos em situação de maus-tratos, abandono e negligência nas cidades de Viamão, Alvorada e bairros de Porto Alegre, atualmente abriga 110 animais, de variados perfis, na sede própria, no Centro de Viamão, cujo endereço é mantido em sigilo. Os animais, que chegam debilitados e feridos, são cuidados, submetidos a tratamentos e, quando saudáveis, são colocados à disposição para adoção.

Infelizmente neste mês de dezembro, o Raça Pra Quê precisou interromper os resgates em virtude de dívidas que adquiriram junto as clínicas veterinárias parceiras, que passa dos R$ 20 mil. Entre os últimos resgates, estão uma vaca, um bezerro e alguns porcos, que seguem sob tutela do grupo. A fundadora e coordenadora do projeto, Daiana Testa, afirma que além dos débitos com os tratamentos externos dos bichinhos, o programa ainda tem um custo fixo mensal de R$ 6 mil, entre alimentação, vacinas, material de limpeza, custos com luz e funcionários.

Por isso, campanhas, rifas e ações beneficentes criadas pelo grupo são fundamentais para manter o projeto funcionando. A busca pelo apadrinhamento dos animais também não para, pois essa é mais uma forma de ajudar a manter a alimentação e o tratamento de cada animal. Daiana diz que antes de parar os resgates (por falta de recurso) o grupo recolhia pelo menos um animal por dia. “Não temos mais espaço para abrigar em nossa sede. Ainda assim, pagamos um segundo lar temporário para acolher aqueles que necessitam de cuidados e que não conseguimos atender. Com certeza o número de animais resgatados é bem maior do que os adotados.”

Daiana explica que existem animais que permanecem mais tempo abrigados por conta do perfil. “Ou porque tem alguma doença crônica, ou são de médio e grande porte, ou são muito idosos.” A coordenadora do Raça Pra Quê garante que os animais acolhidos pelo projeto consomem tranquilamente meia tonelada de ração por mês.

Pelas redes sociais, o grupo @racapraque mantém uma plataforma em que a pessoa pode pagar um valor fixo, mensal, para auxiliar nos custos do projeto, através da parceria com o @apoiase. “O apoio mensal faz com que possamos garantir todos os meses com segurança, o pagamento de nossas contas fixas, a manutenção de nossa sede e o que mais queremos: quitar as despesas com as clínicas. Nossa meta é diminuir as campanhas de valores altos, mas isso só será possível se conseguirmos apoiadores mensal, que ajude com qualquer valor.”

Além disso, o grupo mantém um brechó, que arrecada roupas em bom estado, campanha de tampinhas, uma loja online, com venda de camisetas e moletons do projeto e muitas outras alternativas. “Tudo é revertido para o bem-estar dos bichinhos, para cobrir os custos do projeto, que são muitos.”

Daiana diz que as pessoas têm que se conscientizar que os cães e gatos não são objetos. “Eles sentem fome, frio, dor e merecem ser tratados com dignidade. O nome do projeto é justamente para exaltar a campanha de que todos os animais, independentemente de cor, tamanho, gênero ou raça merecem todo o nosso amor.” Interessados em ajudar a manter o trabalho do Raça Pra Quê e contribuir em prol da causa animal, podem entrar na página do Instagram @racapraque, acessar o link https://apoia.se/projetoracapraque ou fazer contato pelo whatsapp (51) 9.89417221.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895