Rio dos Sinos avança sobre bairros de Esteio e Sapucaia, deixando mais de 1,3 mil desabrigados

Rio dos Sinos avança sobre bairros de Esteio e Sapucaia, deixando mais de 1,3 mil desabrigados

A Prefeitura de Esteio acolhe 763 pessoas em ao menos sete abrigos; em Sapucaia do Sul são mais 560 pessoas alojadas em escolas do Município

Fernanda Bassôa

No bairro Novo Esteio, água bate no telhado das casas

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A Prefeitura de Esteio contabiliza 763 pessoas acolhidas em sete abrigos abertos pelo Município. Segundo a Administração não há como estimar o número de desalojados, mas são muitos. Os arroios estão na calha, mas as águas do Rio dos Sinos causaram inundação nos bairros Novo Esteio e Vila Osório, locais que ficam às margens da BR 116.

A Prefeitura ainda informou que a Estação de tratamento de água da Corsan está completamente submersa, deixando a cidade desabastecida, e o nível da água do Sinos já chega ao telhado das casas. A coleta de doação está centralizada no Ginásio Municipal Edgar Piccioni. O prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, informou que as aulas na rede municipal de educação estão suspensas por tempo indeterminado, pois sete das instituições de ensino estão sendo utilizadas como abrigo temporário. “Muitos servidores municipais foram vítimas desta tragédia ou tem enorme dificuldade de chegar a Esteio. Todo nosso foco e energia, neste momento, está no atendimento desse evento.”

Em Sapucaia do Sul, a última aferição do Rio dos Sinos marcava 8,1 m, onde a cota de atenção é de 4m e de inundação é de 4,5m. Ao menos 160 pessoas estão abrigadas temporariamente na EMEF Hugo Gerdau e outras 406 pessoas no ginásio e dependências da Escola Otaviano Silveira. Equipes da Defesa Civil monitoram o nível do rio, as casas próximas dos alagamentos e auxiliam as pessoas que se recusam a abandonar suas residências.

O prefeito Volmir Rodrigues informou que a população pode contribuir com doações de produtos de higiene, produtos de limpeza, água, alimentos não-perecíveis, copos plásticos e ração para cães e gatos. Os pontos de coleta são no Parque Jayme Caetano Braun, no piquete do prefeito, e na Praça General Freitas, no Centro. “Faço aqui um pedido à população e aos curiosos que não se desloque para as áreas alagadas dos bairros Fortuna, Carioca e São Jorge, pois as pessoas estão nervosas, com a casa embaixo da água. Este deve ser um momento de solidariedade.” Segundo ele, há relatos que comerciantes que estão vendendo garrafas de água que antes se pagava R4 10 ou R$ 15 ao valor de R$ 80. “Isso é crime. Procurem a polícia e denunciem. O Procon já foi acionado.”

O prefeito de Sapucaia do Sul informou ainda que o Hospital Getúlio Vargas está recebendo os pacientes do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e por isso está com os serviços sobrecarregados. “Procurem o hospital e a UPA somente em casos de urgência e emergência, em situações extremas. O nosso Estado vive uma grande tragédia e Sapucaia do Sul não é diferente.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895