Nível de rios Ibirapuitã e Uruguai indicam risco de nova enchente na Fronteira Oeste

Nível de rios Ibirapuitã e Uruguai indicam risco de nova enchente na Fronteira Oeste

Alegrete e municípios do baixo Uruguai estão em alerta desde as primeiras horas de quinta-feira

Fred Marcovici

Família ribeirinha optou por montar uma barraca e permanecer na rua Sofia de Brum em Alegrete

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Em Alegrete, de acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, Renato Grande, o rio Ibirapuitã mantém a tendência de crescimento na quinta-feira de frio e sol, medindo 10,01 m, elevação média de 2,5 cm por hora.

Grande salienta que as águas já se encontram dentro da cota de inundação (9,70 m). As equipes da Defesa Civil, órgãos de assistência social, infraestrutura e Exército Brasileiro estão de sobreaviso para a perspectiva da segunda cheia do ano no município. Não houve a necessidade de acionar abrigos para possíveis desabrigados e desalojados devido a lenta elevação.

As primeiras duas famílias afetadas (seis pessoas) pelo rio deixaram suas casas há pouco, sendo uma na rua Sofia de Brum, no bairro Vila Nova e montou barraca no entorno da área da moradia. A outra, da rua Nelcy Fontoura Pedroso, no bairro Santo Antônio, se dirigiu à residência de parentes.

Em Quaraí, fronteira com o Uruguai, o rio que leva o nome da cidade, retornou ao leito. Ontem, conforme Luana Guterres, coordenadora da Defesa Civil municipal, o rio media 4,51 m, declinando em média, 5 cm por hora, marca considerada usual.

De acordo com Luana, a manhã de sol e temperatura amena, depois de uma semana complicada, contribuiu para a retomada da normalidade na cidade e os trabalhos de restauração em curso.

Enquanto isso, o baixo Uruguai, nas últimas 48 horas registra elevação ao longo da linha do rio – com São Borja anotando 7,64 m, dentro da cota de atenção de 7 m e se aproximando ao ponto de alerta – 8 m. Os bares do Cais do Porto sempre são os primeiros atingidos pelo fenômeno.

Em Itaqui, o dia típico de outono, anota sol e os primeiros frios da estação. O rio Uruguai em processo de elevação medindo 6,71 m ultrapassando a marca de atenção de 6,30 m. Na cabeceira, em Porto Mauá e Porto Lucena, o rio cresce 1 cm/h.

As autoridades monitoram o rio e ainda as consequências residuais das chuvas do último período. Segundo o assessor da Defesa Civil, Juliano Cabral, o clima estável não reduz a preocupação com uma possível cheia.

Em Uruguaiana, o rio Uruguai mede 6,80 m, também subindo. A corrente ingressou na cota de atenção. Equipes de trabalho atuam reparando vias urbanas rurais danificadas, e são muitas, devido ao excesso de chuvas registradas na última semana.

Os produtores de arroz do município acreditam que as chuvas do último período deverão produzir uma perda de 10% a 15% da lavoura – safra 2023/2024, principalmente provocada pelo acamamento da planta.

E no extremo da Fronteira Oeste, em Barra do Quaraí, o rio Quaraí, que margeia a cidade, mede 6 m, crescendo gradativamente. Tempo estável e a temperatura caindo, dentro dos padrões do outono. Não havendo repercussões até o momento, salienta Izair Rodrigues, coordenador da defesa Civil do município.

Em Manoel Viana, de acordo com o coordenador de Proteção e Defesa Civil, André Meneghetti, o rio Ibicuí cresce nas últimas 36 horas e mede 9,04 m (alerta) – sendo 9,60 m a cota de inundação. A Praia e Camping Rainha do Sol já foi parcialmente alagada. Ainda não houve relato de famílias desalojadas.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895