Taquara calcula que prejuízos causados pela enchente possam passar de R$ 65 milhões

Taquara calcula que prejuízos causados pela enchente possam passar de R$ 65 milhões

Cerca de 2.840 unidades habitacionais foram danificadas, além de escolas, pontes, estradas e grande parte da produção agrícola do Município

Fernanda Bassôa

As perdas são maiores no setor de hortaliças, quase chegando a 100%

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A Prefeitura de Taquara já contabiliza os estragos causados pela maior enchente da história do Rio Grande do Sul. Segundo levantamento preliminar feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Defesa Civil e Causa Animal, os prejuízos ultrapassam a marca dos R$ 65 milhões.Os principais danos no concentram-se na produção agropecuária, onde os prejuízos são estimados em mais de R$ 52 milhões. Além disso, ao menos duas instituições de ensino foram afetadas. A escola municipal de Ensino Fundamental Doutor Alípio Alfredo Sperb, no bairro Santa Maria, e a escola Municipal de Educação Infantil Vovó Mina, em Padilha (zona rural), foram danificadas pela força das águas. Além disso, cerca de 2.840 unidades habitacionais foram atingidas, somando-se aos prejuízos no comércio e na indústria.

No interior do Município, além da destruição na produção agrícola, foram identificados danos graves em 10 passagens, entres pontes e pontilhões. Apenas com os danos em pontes, bueiros e deslizamentos de terra, estima-se um prejuízo de cerca de R$ 1,3 milhão. A prefeita Sirlei Silveira disse os danos causados pela enchente são um desafio sem precedentes. “Mas estamos confiantes na resiliência e na capacidade da nossa comunidade em se reerguer. Vamos trabalhar incansavelmente para reconstruir o que foi perdido."

O secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Gilson Redin, afirma que o volume de água causou grandes perdas em várias localidades do Município. “As perdas são maiores no setor de hortaliças, quase chegando a 100%. Quanto às lavouras, houveram perdas significativas naqueles que não conseguiram colher todo o arroz, milho (grãos ou silagem) e também na cultura do aipim. Muitas cercas foram destruídas e os acessos para as propriedades completamente prejudicados”, informa o secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Gilson Redin.

Segundo Redin, a erosão do solo foi muito grande, e esse é o maior prejuízo, causando problema nas produções futuras. “Certamente serão anos para recuperar a capacidade de produção dos solos que tiveram a erosão da camada produtiva. Acrescente-se a todas estas perdas, os problemas de estradas, pontes e bueiros que foram grandemente danificadas”, reitera informando que os relatórios de perdas estão sendo encaminhados a órgãos estaduais e federais para que, se houver programas de apoio às áreas atingidas, o Município esteja apto a receber.

O secretário da pasta de Meio Ambiente, Defesa Civil e Causa Animal, Matheus Modler, ressalta que o indicativo de valor é preliminar e refere-se exclusivamente ao dano causado. “Para a reconstrução e restabelecimento desses pontos, certamente os valores serão muito superiores, haja vista que há locais com danos consideráveis, mas a estrutura não colapsou, embora tenha comprometido e deverá ser reconstruída por completo, o que aumentará o valor desse custeio”, explica Matheus, informando que ainda há pontos obstruídos. “Esses valores certamente serão maiores ao longo dos próximos dias.”, afirma.


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