Vice-governador Gabriel Souza afirma que prioridade é salvar vidas

Vice-governador Gabriel Souza afirma que prioridade é salvar vidas

De uma base instalada em Santa Cruz do Sul, Gabriel Souza destacou o reforço de um helicóptero do exército que permitirá salvamentos noturnos

Guilherme Sperafico

Gabriel Souza está em Santa Cruz do Sul, onde foi montado um dos gabinetes de crise

publicidade

O vice-governador Gabriel Souza realizou uma coletiva no final da tarde desta quinta-feira, em que atualizou a situação das emergências climáticas no Estado. Direto do gabinete de crise instalado em Santa Cruz do Sul, ele ressaltou que a prioridade agora é o salvamento de vidas e, por isso, as aeronaves do Governo do Estado e do Exército Brasileiro foram direcionadas para o Vale do Taquari.

Conforme Souza, em Santa Cruz do Sul, desde as 5h30 ele manteve contato direto com pilotos das aeronaves, tanto das forças policiais quanto particulares, que auxiliam no resgate das vítimas. O principal desafio enfrentado na região foi a falta de teto de voo, que impossibilitou resgates após as 11h30. Além disso, segundo ele, não havia mais informações de moradores em situações de risco. Ainda na cidade, a ponte sobre o Rio Pardo será fechada nesta noite e, assim, ficará sem acesso por terra a Porto Alegre.

Desta forma, os esforços foram concentrados em auxiliar o Vale do Taquari. “Infelizmente, a realidade é que temos seres humanos pendurados em telhados, agarrados árvores, e isto ocorre no Vale do Taquari. Não temos informações de que esta situação ocorra aqui na região (Santa Cruz do Sul). Nossa prioridade é salvar vidas”, explicou Souza.

O vice-governador também destacou o heroísmo dos pilotos e ocupantes dos helicópteros, que mesmo sem os equipamentos adequados arriscaram suas próprias vidas. Já no final da tarde de hoje, uma aeronave de guerra, do Exército Brasileiro, deve chegar até o Vale do Taquari. Esta será a única que conseguirá realizar os salvamentos durante a noite. “O único tipo de resgate que é possível fazer é aéreo, porque pela água é inviável. E para evitar problemas ainda mais graves, estamos fazendo somente resgates aéreos”, ressaltou.

A possibilidade de rompimento total da barragem 14 de Julho também foi lembrada por Souza. Ele explicou que somente a ombreira direita foi rompida até o momento e, ainda assim, de imediato, o nível do Rio das Antas já se elevou em dois metros logo na sequência de seu curso. “Não significa que vai chegar no Rio Taquari, em Lajeado, com dois metros, porém há risco real de rompimento total da barragem. Estamos monitorando minuto a minuto pra entender se ela vai romper”, detalhou.

Souza acrescentou que chegou a se reunir com o gabinete de crise para verificar se era necessário o envio de um efetivo maior para eventual rompimento, entretanto há o entendimento de que o pessoal que já está no Vale do Taquari conseguirá atender esta demanda devido às evacuações que já ocorreram, mas reforçou a necessidade de os moradores buscaram um lugar seguro. “Esse rompimento vai elevar o Rio Taquari, isso é sabido. Eu recomendei mais cedo que subissem a uma distância de seis metros (acima dos locais já atingidos pela água). Se não tivesse rompimento, já passaríamos a cota da enchente do ano passado. Com rompimento, a situação piora”, disse.

Souza também afirmou que não admitirá o chamado turismo de desastre e disse que tal prática “não é humana”. “Ordenei que seja colocada uma barreira na entrada das cidades e só entrarão moradores, pessoas que vão trabalhar e casos em que se faz necessária a presença física da pessoa lá”, pontuou. Também foram citados os casos de Sinimbu e Venâncio Aires, onde tropas de choque foram enviadas para evitar saqueamento de mercados e estabelecimentos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895