Número de bares e restaurantes gaúchos operando em prejuízo atinge maior índice desde 2022

Número de bares e restaurantes gaúchos operando em prejuízo atinge maior índice desde 2022

Ao menos 55% dos estabelecimentos estão fechando o mês no vermelho e 27%, operando com estabilidade

Correio do Povo

Redução no número de clientes e o custo elevado de alimentos e bebidas são algumas das principais causas

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O início de ano começou difícil para o setor de Alimentação Fora do Lar. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares Restaurantes (Abrasel), 55% das empresas fecharam fevereiro no vermelho. Com aumento de 11 pontos percentuais em relação ao último levantamento, foi o pior resultado registrado nos últimos dois anos. Em termos de faturamento, apenas 18% obtiveram lucro e 27% operaram com estabilidade. A redução no número de clientes, que afetou 72% dos estabelecimentos e o custo elevado de alimentos e bebidas, que atingiu 39% dos negócios, são as principais causas da queda no desempenho.

"Fevereiro teve poucos dias úteis, feriados e a característica da época que muitas pessoas tiram férias e vão para o litoral", contextualiza João Melo, presidente da Abrasel no RS, que completa, "A expectativa é de melhora para os próximos meses, mas com a previsão de mudança das alíquotas de ICMS ou a retirada dos benefícios pode prejudicar o custo dos alimentos no setor".

Quanto a inflação no setor, os estabelecimentos seguem com dificuldades de ajustar os preços do cardápio acima do índice geral. Os dados apontam que 45% não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, 44% reajustaram acompanhando a inflação e apenas 11% reajustaram acima do índice.

"A forma mais inteligente de enfrentar a inflação é estudar e conhecer seus produtos para reduzir custos. Observar os insumos que são trabalhados e descobrir se há margem para trocar por itens ou marcas com preços mais baixos", defende o presidente.

Os dados também revelam que 34% das empresas têm dívidas em atraso. As principais dívidas são de impostos federais (79%), impostos estaduais (48%), empréstimos bancários (48%), fornecedores de insumos (31%), serviços públicos (26%), encargos trabalhistas/previdenciários (21%), aluguel (17%), taxas municipais (10%), fornecedores de equipamentos e serviços (7%) e empregados (5%).

Reforço da mão de obra
Apesar dos desafios enfrentados pelos estabelecimentos, 23% dos empreendedores pretendem contratar no primeiro semestre do ano, enquanto 52% vão manter o quadro de funcionários e apenas 19% devem demitir. A tendência é de que essas novas vagas visam suprir a alta demanda das duas datas mais rentáveis para o setor: Dia dos Namorados e Dia das Mães.

Dados recentes da PNAD – índice do IBGE que mede os empregos formais e informais no país – indicou que em dezembro, janeiro e fevereiro, os bares e restaurantes geraram cerca de 70 mil novos empregos, com crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior. O resultado está na contramão do índice nacional, que apresentou redução de 0,3% no número de pessoas ocupadas.

Dados da pesquisa
- 55% das empresas registraram prejuízo em fevereiro, um crescimento de 11% em relação a janeiro. 27% das empresas operaram em estabilidade e 18% fizeram lucro.
- 45% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 44% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação. Apenas 11% dos bares e restaurantes têm conseguido aumentar seus preços acima da inflação.
- 23% dos empreendedores pretendem contratar mão de obra no primeiro semestre de 2024. 52% esperam manter o atual quadro de funcionários e 19% pensam em demitir. 6% ainda não se decidiram.
- 34% das empresas têm dívidas em atraso, uma queda de 14 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Destas, 79% devem impostos federais, 48% devem impostos estaduais, 48% têm empréstimos bancários, 36% devem fornecedores de insumos, 26% devem serviços públicos (água, luz, gás, telefone), 21% devem encargos trabalhistas/previdenciários, 17% devem aluguel, 10% devem taxas municipais, 7% devem fornecedores de equipamentos e serviços e 5% devem os empregados.


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