“Tem professor que fala: ChatGPT, melhora essa aula para mim”, diz secretário de SP
Renato Feder defende que modelo para elaborar materiais didáticos com IA ainda está 'sendo testado'
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O secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, disse na quarta-feira, que o uso do Chat GPT para elaborar materiais didáticos ainda está 'sendo testado' e não é uma política da secretaria. 'Tem professor que fala: ChatGPT, produza pra mim uma aula sobre probabilidade. Tem outro que diz: está vendo essa aula que produzi aqui, melhora pra mim, coloca mais exercício', afirmou o secretário no evento Bett Educar, em São Paulo.
Segundo ele, essas 'interações' estão acontecendo na preparação de aulas para o segundo semestre, já que todas os materiais para o primeiro semestre já foram entregues. A secretaria da educação atualmente produz aulas de todas as disciplinas, em slides de Power Point, para que sejam usadas pelos professores nas salas de aula.
No ano passado, Feder chegou a desistir de usar livros didáticos - mas depois recuou da decisão - porque argumentava que os docentes usariam apenas esses slides nas aulas. O secretário disse ainda que 'não se vai tirar a autonomia do professor, nem do que está na sala de aula, nem do que está produzindo o material porque é ele que vai entregar o material para a revisão'.
'O professor está interagindo com o ChatGPT, mas quem decide é ele', disse. A gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi acusada de ter a intenção de substituir o professor por inteligência artificial depois a que notícia veio à tona na semana passada. 'O professor vai usar o chatGPT se quiser', completou Feder. Segundo ele, não há uma orientação sobre o uso da inteligência artificial e os documentos que vieram a público mostravam apenas discussões internas da secretaria.
'Era uma possibilidade, uma ideia interna nossa, não uma política oficial da secretaria.' A Secretaria da Educação, no entanto, já usa o ChatGPT, segundo ele, em correções de redações que são feitas pelos estudantes em um aplicativo, chamado Redação Paulista.
'O aluno faz a redação no nosso sistema, no computador, quando ele aperta enviar, ela já chega para o nosso professor com os comentários do ChatGPT', conta. Segundo ele, isso 'tem ajudado' o professor e 'potencializou a correção'.
A informação sobre o uso do ChatGPT foi divulgada na semana passada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que, por ora, trata-se de um 'projeto piloto'. A pasta ainda negou qualquer possibilidade de excluir professores do processo de produção das aulas.