Caso Priscila: Justiça começa a ouvir testemunhas

Caso Priscila: Justiça começa a ouvir testemunhas

Quatro homens, entre eles um primo da vítima, são acusados

Correio do Povo

Jovem vivia na Irlanda e desapareceu em junho de 2023, após retornar ao Brasil para tratar de assuntos relacionados à herança deixada pelo pai

publicidade

A Justiça de Alegrete começou o julgamento de quatro acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por extorsão que resultou na morte da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, em junho de 2023. O primo da vítima, Emerson Leonardi, é apontado como mandante do crime.

Na audiência de instrução, que iniciou na sexta-feira, o juiz Rafael Echevarria Borba manteve a prisão preventiva dos réus. Cinco testemunhas de acusação e um informante foram ouvidos. Outras três testemunhas convocadas pelo Ministério Público ainda devem prestar depoimento.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado (TJ), após a fase de depoimentos será aberto um prazo de cinco dias para manifestações de pedidos de diligências e outras providências necessárias, e só então uma nova audiência será marcada para que sejam ouvidas as testemunhas indicadas pelas defesas. Posteriormente, está previsto o interrogatório dos acusados.

Priscila, de 40 anos, desapareceu dia 19 de junho de 2023, após vir da Irlanda para o Brasil tratar de herança pela morte do pai. O corpo foi encontrado às margens do Rio Ibirapuitã no dia 6 de julho. Os réus foram denunciados pela promotora de Justiça Rochelle Jelinek, no final de novembro do ano passado, após negociar um acordo de delação premiada.

Mesmo tendo, para o MP, envolvimento na morte da vítima, o grupo não foi acusado pelo homicídio da vítima. Os quatro respondem à Justiça por extorsão qualificada, por conta da restrição da liberdade, e elevada por ter resultado em morte, além de ocultação de cadáver. De acordo com a promotoria, o objetivo dos réus não era assassinar Priscila, mas se apossar do dinheiro da enfermeira. Nesta forma em que a denúncia foi oferecida, em caso de condenação, a pena prevista em lei (24 a 30 anos de reclusão) é superior a de um homicídio (12 a 30 anos).

“Neste caso, o objetivo do grupo era extorqui-la, mas, algo deu errado e ela acabou morta. Sabemos que queriam transferir o dinheiro das contas da enfermeira durante o sequestro”, ressalta a promotora Rochelle.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895