Discussões sobre incêndio na pousada Garoa elevam a temperatura na Câmara de Porto Alegre

Discussões sobre incêndio na pousada Garoa elevam a temperatura na Câmara de Porto Alegre

Idenir Cecchim e Roberto Robaina, líderes do governo e da oposição na Casa, respectivamente, protagonizaram episódio de conflito na sessão desta segunda-feira

Rafael Renkovski

Sessão foi marcada por debate em torno dos impactos do incêndio na pousada Garoa, em Porto Alegre

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Três dias após o incêndio que atingiu a pousada Garoa, no Centro de Porto Alegre, e vitimou dez pessoas que se abrigavam no local, o assunto tomou conta da Câmara de Vereadores, causando atritos entre a base governista do prefeito Sebastião Melo (MDB) e a oposição. Desde o dia da tragédia, os parlamentares já se posicionavam nas redes sociais em solidariedade aos atingidos ou em críticas à gestão municipal.

Na sessão desta segunda-feira, compareceu no Legislativo, para prestar esclarecimentos, o secretário do Desenvolvimento Social, Léo Voigt. Acompanhando o secretário, estavam o procurador-geral do município, Roberto Rocha; o secretário da Saúde, Fernando Ritter; o diretor da Defesa Civil de Porto Alegre, coronel Evaldo de Oliveira Júnior; e o presidente da Fasc, Cristiano Roratto.

Na sua fala, Voigt destacou que “as pessoas em situação de vulnerabilidade e risco, que têm domicílio na rua, não aceitavam abrigo, albergue, internação, comunidade terapêutica. Resistentes às ofertas do município, findavam aceitando o modelo de hospedagem”. Sobre a única pousada que se disponibilizou a realizar contratos com a prefeitura, a Garoa, o secretário disse que a empresa “atendeu todas as exigências documentais, em plenitude com a legislação de licitação”, finalizando que, sobre a tragédia, a prefeitura lida com duas hipóteses: a de que havia problemas estruturais no prédio e a de que tenha sido humanamente causado.

Sobre a segundo hipótese, Voigt comenta que há um vídeo o qual aparece uma pessoa ingressando na pousada carregando uma bolsa e saindo após cerca cinco minutos. Pouco tempo depois, teria havia uma explosão e o incêndio começado.

Após a fala do secretário, a maioria dos vereadores se manifestou na tribuna. Chamou a atenção, porém, uma discussão acalorada entre o líder do governo na Casa, Idenir Cecchim (MDB), e o líder da oposição, Roberto Robaina (PSol).

O atrito teve seu início quando Cecchim, na tribuna, falou que Robaina estaria nervoso por não ter protocolado um pedido de abertura de CPI antes da bancada do PCdoB, composta por Biga Pereira e Giovani Culau, para investigar supostas irregularidade na pasta do Desenvolvimento Social e na Fasc.

"Tem tudo menos solidariedade com quem morreu, menos preocupação com essas pessoas. Alguém ajudou a procurar a família dessas pessoas? Não. Alguém foi fazer uma oração no enterro? Ninguém foi e não irão. Eles (oposição) não acreditam nisso, eles acreditam na desgraça. Urubus de plantão, esperando uma carniça”, criticou Cecchim.

Enquanto discursava, Robaina começou a gritar com o líder do governo, apontando o dedo em riste para o vereador. Cecchim respondeu, no microfone, chamando o líder da oposição de “vagabundo” e “urubu”. Os vereadores tiveram que ser contidos pelos demais parlamentares e por seguranças da Casa.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


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