Ex-secretário executivo diz que acordos com representantes das forças militares não foram seguidos

Ex-secretário executivo diz que acordos com representantes das forças militares não foram seguidos

Fernando de Sousa Oliveira prestou depoimento à CPI da Câmara Legislativa do DF que investiga atos extremistas em Brasília

R7

publicidade

O ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Fernando de Sousa Oliveira afirmou que as ações acordadas por representantes das forças militares na sexta-feira anterior ao dia 8 de janeiro não foram seguidas. Ele foi o primeiro a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos extremistas em Brasília na Câmara Legislativa do DF.

"As ações executadas no dia 8 não condizem com o que foi acordado na sexta. Eu não tive acesso aos planos de cada força, não tive acesso a nenhum planejamento operacional especificando quantitativos. Nós fizemos uma reunião logo depois que assumi o cargo", explicou Oliveira ao responder uma pergunta feita pela deputada distrital Jaqueline Silva (Agir).

Segundo Oliveira, o então secretário de segurança do DF Anderson Torres, nomeado para assumir o cargo no dia 2 de janeiro, o informou que iria viajar para os Estados Unidos na quinta-feira (5/1), um dia antes da viagem. No entanto, estava planejado para o ex-secretário executivo assumir o cargo em seu lugar apenas no dia 9 de janeiro.

"Fui informado que Anderson Torres viajaria na quinta-feira (5/1) e ele me passou o que já estava em andamento a respeito do monitoramento do acampamento em frente ao QG do Exército. Participei da reunião na sexta (6/1), mas as ações que foram acordadas na sexta não foram cumpridas no domingo. Algumas orientações, não sei o porquê, não foram cumpridas", afirmou Oliveira.

O presidente da comissão, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), iniciou a oitiva. O relator, deputado Hermeto (MDB), foi o segundo a fazer perguntas. Ele questionou se Oliveira teve contato com o secretário anterior Júlio Danilo, exonerado no dia 2 de janeiro, para se inteirar sobre as ações para conter os manifestantes acampados em frente ao QG do Exército em Brasília. "Não tive contato com Dr. Júlio, apenas com Dr. Milton Neves, que fez a transição da minha secretaria", disse o ex-secretário executivo da SSP.

Autorização

O deputado Fábio Felix (PSol) insistiu para saber quem autorizou a abertura da Esplanada para os manifestantes e a quem o exército se reportou para impedir que as prisões fossem feitas no Quartel General do Exército após os ataques. No entanto, Oliveira foi evasivo e reiterou na responsabilidade da Polícia Militar, que, segundo ele, não apresentou o plano de operações.

"Eu estava em loco no momento da operação de retomada da Esplanada. A PM ficou alocada de fora do QG do exército. As forças estavam prontas para efetivar as prisões, mas tinha uma linha de blindados que não autorizaram a entrada dos policiais para realizar as prisões", afirmou Fernando.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895