Propagação de ‘fake news’ prejudica ações de resgate às vítimas das enchentes no RS
Para lidar com o problema, o governo do Estado criou uma força-tarefa para checar informações a evitar proliferação de notícias falsas
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Da cobrança de autorização para pilotar barcos e jet-skis à soltura dos presos de Charqueadas, as notícias falsas têm se proliferado em nível exponencial durante a maior catástrofe climática que o Rio Grande do Sul vem enfrentando. As chamadas ‘fake news’ têm dificultado as ações de resgate e auxílio às vítimas e ajudam a elevar um estado de caos já instaurado na população em função da gravidade do período enfrentado.
Diante desse cenário, o governo do Estado criou uma força-tarefa para lidar com o problema. O grupo, composto por comunicadores, atua identificando, monitorando e checando as informações que, posteriormente, são divulgadas nas redes sociais do governo e compartilhadas nos canais oficiais.
Até o momento, se tem informação de que mais de 10 notícias já falsas já foram desmentidas. Entre elas a de que a Polícia Civil está cobrando transferências pix para colocação de tornozeleiras eletrônicas em apenados e que 18 toneladas de insumos estariam trancadas em depósitos da Defesa Civil em Torres e Canoas.
Ações junto da Polícia Civil estão sendo articuladas para que os responsáveis pela criação e reverberação das 'fake news' sejam investigados e, em caso de culpa, responsabilizados. Até o momento, oito casos relacionados as enchentes estão em investigação, entre a exigência de nota fiscal para doações; a multa aos veículos de apoio ao salvamento; e a fiscalização de marmitas para desabrigados. “A divulgação de notícias falsas gera pânico social”, classificou o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.
O alcance das notícias falsas, normalmente restrito a uma 'bolha' e grupos de WhatsApp, ganha proporções ainda maiores quando divulgados por pessoas de maior influência e alcance nas redes sociais. Recentemente, um humorista e influencer gaúcho usou seus canais de comunicação para alegar que o governo estaria proibindo indivíduos com barcos de participarem de resgates em uma das cidades mais atingidas pelas águas.
Para restringir esse alcance, o governo do Estado também foi atrás da Meta, empresa responsável pelo Instagram, Facebook e WhatsApp, para avaliar e denunciar perfis que atuam na criação e amplificação de conteúdos falsos ou descontextualizados. A parceria tem como foco auxiliar no controle de publicações com dados incorretos que circulam desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul.