Estragos na cabeceira da Ponte do Império exigem operação de força em Candelária

Estragos na cabeceira da Ponte do Império exigem operação de força em Candelária

Moradores precisam escalar estrutura de cinco metros para distribuir alimentos a famílias isoladas

Itamar Pelizzaro

Construção em pedra fica na localidade de Alto Passa Sete

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No interior de Candelária, uma das travessias destruídas pelas cheias foi a Ponte do Império, que sofreu estragos em uma das cabeceiras, isolando comunidades e obrigando os moradores a fazer uma operação de guerra para socorrer pessoas isoladas e transportar mantimentos e água. A construção em pedra, localizada na localidade de Alto Passa Sete, foi erguida entre 1879 e 1880 e faz parte do patrimônio histórico do Estado e do município. “É uma situação desastrosa, a maior enchente da história”, resume o presidente da Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar (Coohaf), Juarez Cândido.

Um dos voluntários no trabalho é o agricultor Givanildo Vidal de Souza, da agroindústria familiar Rodeio da Figueira, empreendimento vencedor no concurso de melado natural durante a Expointer de 2023. A casa de Souza sofreu rachaduras, obrigando a família a sair. Ele passou os últimos dias envolvido no socorro aos flagelados. “Em um dia inteiro abrimos 200 metros de estrada e, com apoio de máquina da prefeitura, conseguimos chegar na Ponte do Império fazendo um trilho”, contou.

Escadas são utilizadas para descer da ponte até o rio | Foto: Reprodução / CP

Com o rompimento de uma das alças da ponte, voluntários e forças de segurança colocaram uma escada com cerca de cinco metros de altura, pela qual sobem a mão os mantimentos que são entregues aos moradores isolados do outro lado do rio. Souza emprestou um reboque para o transporte de alimentos. “Encostamos o trator na Ponte do Império, daí colocam duas escadas com cordas para subir”, narra Souza. Homens do Corpo de Bombeiros e do Exército estão transpondo o rio com botes salva-vidas em três lugares diferentes.

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