Emergências de Porto Alegre continuam em estado crítico e lotação supera 400% na Cruzeiro
Painel de Monitoramento da Prefeitura continuava mostrando situação caótica nas unidades de saúde
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A situação das emergências adultas e pediátricas de Porto Alegre continuava crítica na manhã desta terça-feira. Conforme o Painel de Monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a lotação de todas as unidades, incluindo Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais superava 100%, com média geral de 191,3% para adultos e 159,2% nas pediatrias.
A situação mais complicada na Capital foi registrada na emergência adulta do Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS), com 444,4% de lotação, ou 40 internados para nove leitos disponíveis, e no caso das emergências infantis, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com 366,6%, ou 33 internados para nove leitos. Na Bom Jesus, a espera era de horas, e os moradores da região reclamavam que não conseguiam ser atendidos rapidamente.
A diarista Priscila Gonçalves Leal estava acompanhada do seu marido, o servente de pedreiro Fabrício Ávila. Com manchas vermelhas pelo corpo, e aguardando no lado de fora da unidade da zona Norte, ela disse que havia chegado ao local às 6h30min, e às 9h, somente passou pela triagem, sem ser vista depois por um médico.
“Nem consegui dormir direito de tanta coceira que estou”, afirmou ela, que apresentou sintomas como dor de cabeça desde o último domingo. “Só me deram a pulseira de acompanhamento e estou aqui aguardando”, acrescentou. Na segunda-feira, Porto Alegre decretou situação de emergência em saúde pública, após dois óbitos registrados por dengue no município neste ano. Segundo a SMS, tratam-se de uma mulher, na faixa etária entre 31 e 40 anos, e um homem, entre 71 e 80 anos.
Também na segunda, o HCPA divulgou nota em que estavam sendo utilizados, “no limite máximo, todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para atender a uma demanda que representa quase 400% do setor”, referindo-se à emergência pediátrica. O hospital ainda afirmou que, “em casos mais simples, a recomendação é que a população evite a emergência e procure as unidades básicas de saúde ou prontos atendimentos”.