Emergências de Porto Alegre continuam em estado crítico e lotação supera 400% na Cruzeiro

Emergências de Porto Alegre continuam em estado crítico e lotação supera 400% na Cruzeiro

Painel de Monitoramento da Prefeitura continuava mostrando situação caótica nas unidades de saúde

Felipe Faleiro

Pacientes aguardavam na manhã desta terça atendimento no Pronto Atendimento Bom Jesus, onde espera era de horas

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A situação das emergências adultas e pediátricas de Porto Alegre continuava crítica na manhã desta terça-feira. Conforme o Painel de Monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a lotação de todas as unidades, incluindo Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais superava 100%, com média geral de 191,3% para adultos e 159,2% nas pediatrias.

A situação mais complicada na Capital foi registrada na emergência adulta do Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS), com 444,4% de lotação, ou 40 internados para nove leitos disponíveis, e no caso das emergências infantis, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com 366,6%, ou 33 internados para nove leitos. Na Bom Jesus, a espera era de horas, e os moradores da região reclamavam que não conseguiam ser atendidos rapidamente.

A diarista Priscila Gonçalves Leal estava acompanhada do seu marido, o servente de pedreiro Fabrício Ávila. Com manchas vermelhas pelo corpo, e aguardando no lado de fora da unidade da zona Norte, ela disse que havia chegado ao local às 6h30min, e às 9h, somente passou pela triagem, sem ser vista depois por um médico.

“Nem consegui dormir direito de tanta coceira que estou”, afirmou ela, que apresentou sintomas como dor de cabeça desde o último domingo. “Só me deram a pulseira de acompanhamento e estou aqui aguardando”, acrescentou. Na segunda-feira, Porto Alegre decretou situação de emergência em saúde pública, após dois óbitos registrados por dengue no município neste ano. Segundo a SMS, tratam-se de uma mulher, na faixa etária entre 31 e 40 anos, e um homem, entre 71 e 80 anos.

Também na segunda, o HCPA divulgou nota em que estavam sendo utilizados, “no limite máximo, todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para atender a uma demanda que representa quase 400% do setor”, referindo-se à emergência pediátrica. O hospital ainda afirmou que, “em casos mais simples, a recomendação é que a população evite a emergência e procure as unidades básicas de saúde ou prontos atendimentos”.


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